OUÇA AO VIVO

InícioSEGURANÇA PÚBLICA"As lesões da criança não eram compatíveis com uma simples queda", fala...

“As lesões da criança não eram compatíveis com uma simples queda”, fala Polícia Civil sobre morte de menino

Em relação ao tio do menino, ele não tem participação direta com o caso, saiba mais:

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Na tarde desta sexta-feira (11), o Diretor de Polícia da Fronteira, Delegado Fernando Callfass, o Delegado Regional de Xanxerê, Vinícius Buratto Iunes, o Delegado Titular da Comarca de Ponte Serrada, Evandro Abreu e o Delegado da Divisão de Investigação Criminal de Xanxerê, Marcelo Tescke, prestaram a imprensa uma coletiva a respeito do caso de homicídio do menino de 2 anos que ocorreu em Ponte Serrada no dia 5 de março deste ano.

A Polícia Civil de Santa Catarina tomou conhecimento do falecimento do menino de 2 anos em Ponte Serrada, após inúmeras tentativas de reanimação pela equipe Médica.

“O fato de ele apresentar inúmeras lesões chamou a atenção da equipe médica, que entrou em contato diretamente com a Polícia Civil, sendo que iniciamos com a equipe de plantão as diligências. Na residência, essa criança vivia com o tio e a tia e mais outras seis crianças”, informou Tescke.

- Continua após o anúncio -

Inicialmente as informações eram de que a criança havia sofrido uma queda da cama onde dormia. Os policiais civis deram início às diligências investigativas e identificaram as pessoas que auxiliaram no socorro da vítima e os responsáveis.

Através dos laudos periciais e dos depoimentos coletados ao longo das investigações, identificou-se que a versão apresentada pelo tio e tia da vítima, responsáveis pela criança, não era condizente com os elementos probatórios obtidos através da coleta de evidências, depoimentos e dos laudos periciais da Polícia Científica.

De acordo com o delegado Tescke, “As lesões da criança não eram compatíveis com uma simples queda”. Segundo a Polícia Civil, o pequeno apresentou inúmeras lesões, inclusive lesões internas graves. A causa da morte foi politraumatismo.

Na tarde da última quinta-feira (10), o Delegado responsável pelo caso representou pela Prisão Preventiva da tia da vítima que foi rapidamente deferida pelo Ministério Público e Poder Judiciário da Comarca de Ponte Serrada. O Mandado de Prisão Preventiva foi cumprido pela Divisão de Investigação Criminal de Videira, e a suspeita encontra-se à disposição da Justiça.

Conforme a Polícia Civil, em relação ao tio do menino, ele não tem participação direta com o caso, pois durante o crime, segundo a sua folha ponto, ele estava em seu serviço.

As investigações sobre o caso prosseguem na Divisão de Investigação Criminal de Xanxerê.

Relembre o crime: 

No último sábado, por volta das 19h30, o menino de apenas dois anos de idade, deu entrada no hospital de Ponte Serrada com vários ferimentos pelo corpo. A Polícia Militar foi acionada e ao chegar na unidade hospitalar, recebeu a informação que mesmo com todas as manobras de reanimação executadas pela equipe médica, a criança não resistiu e morreu.

Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local e passaram a investigar o caso e ouviram diversas testemunhas no decorrer da semana.

“Tentava respirar e desmaiava”, diz vizinha que socorreu e levou menino de dois anos ao hospital de Ponte Serrada

A vizinha do pequeno Lyan de Oliveira, de apenas dois anos de idade, que levou a criança ao hospital, relatou como foi o socorro do menino que morreu com diversos sinais de agressão, em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina. O caso foi registrado na noite do último sábado (05), no Distrito de Bahia Alta, no bairro Cohab. A Polícia Civil já começou a ouvir testemunhas. 

Em entrevista ao site Oeste Mais, Diana Antunes Fernandes, disse que havia retornado do mercado e ouviu gritos que vinham da casa ao lado. A tia da criança teria  saído pela porta e pediu por ajuda, com o menino nos braços, ela então disse que Lyan tinha caído e batido a cabeça.

 “Jogou ele nos meus braços […]. Tentei erguer ele para cima pra ver se voltava a respirar, porque ele estava molinho já. Coitadinho, tentava respirar e desmaiava de novo”, relatou a mulher.

Ainda conforme Diana, a criança estava pálida e sangrava pelo nariz, como o menino não acordava, a vizinha o levou para dentro da residência e tentou reanimá-lo com massagem cardíaca, ao perceber que não seria suficiente, pediu socorro a outro vizinho, para o levar ao hospital.

Segundo a mulher, ao Oeste Mais, ela mora há quatro meses no bairro e disse não conhecer direito os tios da criança e que também conversava muito pouco com eles no dia a dia, mas também relatou que ouvia o choro dos pequenos diariamente.

“Teve um dia que a senhora [avó de Lyan], acho que é mãe dele [tio do menino], implorou pra não baterem nas crianças. Eles viviam trancados”, revelou ao Oeste Mais.

De acordo com a mulher, no momento em que foi procurada para auxiliar no socorro de Lyan, apenas a tia, a avó e as outras crianças estavam na casa. O tio do menino estaria no trabalho e só retornou após ser avisado do ocorrido.

A mesma moradora, assim como outras testemunhas, disse que o menino andava sem fraldas em casa e costumava apanhar porque fazia as necessidades fora do vaso sanitário. Na noite em que foi levado ao hospital, Lyan chegou até a unidade totalmente sem roupa.

Conforme as testemunhas, o Conselho Tutelar já havia realizado diversas “visitas” aos tios do menino.

Crianças eram pouco vista pelos vizinhos

O proprietário da residência, onde a família morava, também concedeu uma entrevista ao Oeste Mais e disse que o contato com a família só ocorria quando precisava fazer o acerto do aluguel ou conversar sobre algo relacionado à casa. Mas, nas poucas vezes em que falou com eles, ‘pareciam ser pessoas normais’.

Conforme o homem, eram poucas as vezes que via as crianças brincando ou a casa aberta. Praticamente o dia todo, elas ficavam trancadas, inclusive nos finais de semana. Nos dias em que os menores eram vistos do lado de fora da residência, o tio estava em casa, na companhia deles.

Mãe trabalha em outra cidade 

Na última segunda-feira (07), o ClicRDC conversou com a mãe e Lyon, Simone de Oliveira, de 33 anos, mora em Brusque, no Vale do Itajaí e afirmou que deixou a criança com o irmão e a cunhada para que pudesse trabalhar, mas que sempre estava em contato com a família. 

Quando ela soube da morte do filho, ficou sem saber o que fazer. Em áudio enviado ao ClicRDC, ela disse que começou a gritar e não conseguia acreditar na notícia que tinha ouvido.

“Eu comecei a gritar, eu não acreditava que ele tinha morrido. Morreu do que? Meus filhos estavam bem, estavam com saúde. Como é possível de uma hora para outra uma criança ficar mal e morrer?”, disse a mulher. 

Após a morte do menino, a mulher disse que não consegue dormir direito e que ainda não acredita que perdeu o filho.

“É uma coisa inacreditável! Uma coisa que nem eu até agora estou acreditando. Hoje eu até consegui dormir um pouco, à noite fui dormir às 3h da madrugada. Eu não consegui dormir, não consigo me alimentar. Enquanto não vier a Justiça, eu não sei o que vou fazer da minha vida”, falou a mãe da criança.

Publicidade

Notícias relacionadas

SIGA O CLICRDC

141,000SeguidoresCurtir
71,800SeguidoresSeguir
56,300SeguidoresSeguir
12,500InscritosInscreva-se