O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina esclarece à população que são falsas as afirmações de um candidato a deputado federal de que a aeronave que levava a equipe da Associação Chapecoense de Futebol até Medellín, na Colômbia, em 2016, estaria transportando duas toneladas de cocaína, e que esse sobrepeso teria sido a causa do acidente.
Todas as investigações conduzidas pelo MPF, pelos órgãos de aviação e pelas autoridades colombianas não indicam qualquer evidência da ocorrência desse fato. Ao contrário, o resultado de todas as apurações não deixa qualquer dúvida de que a principal causa do acidente foi a falta de combustível, resultado de total imprudência do piloto, que, provavelmente buscando redução de custos, não incluiu no plano de voo uma necessária escala para reabastecimento da aeronave.
Durante as investigações do MPF, diversas diligências foram realizadas, com a solicitação de informações e documentos às autoridades bolivianas e colombianas, por meio de Cooperação Jurídica Internacional. Foi também realizada a oitiva de diversas pessoas envolvidas, inclusive alguns dos sobreviventes da tragédia.
A investigação do MPF contou, ainda, com apoio de investigador de acidentes aeronáuticos, indicado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De todo o apurado, absolutamente nenhuma evidência colhida aponta para a inverídica afirmação de existência de drogas na aeronave.
Diante disso, o MPF lamenta que afirmações inverídicas, sem qualquer lastro na realidade ou em provas concretas, sejam lançadas com evidente objetivo político-eleitoreiro, em total desrespeito não apenas às vítimas do acidente e seus familiares, mas também a toda a população brasileira, consternada com aquela tragédia.