
Na última semana de setembro, um homem foi condenado a 36 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, pelo assassinato da companheira Rozelei de Fátima Trizotto, ocorrido em novembro de 2023, em Chapecó, Oeste de Santa Catarina. A sentença foi proferida pelo Tribunal do Júri, que acolheu integralmente a acusação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que apontou quatro qualificadoras, incluindo o feminicídio.
O crime aconteceu na tarde de 24 de novembro, na residência da vítima, localizada no bairro Engenho Braun. Conforme a denúncia, o réu atacou a companheira com inúmeros e sucessivos golpes de faca, atingindo regiões vitais, como o rosto e a cervical, causando a morte por hemorragia. O motivo teria sido o fim do relacionamento, não aceito pelo autor, com histórico de violência e desavenças financeiras no casal.
Após cometer o crime, o homem tentou suicídio, causando um corte profundo no pescoço. Ele foi encontrado ainda com vida pelo irmão da vítima, por volta das 21h daquele dia. A Polícia Militar e o Samu foram acionados, e o autor foi preso em flagrante e levado ao Hospital Regional do Oeste para cirurgia.
A atuação do MPSC, por meio dos Promotores de Justiça Moacir José Dal Magro e Rafael Alberto da Silva Moser, foi decisiva para a condenação. O Ministério Público destacou o motivo torpe, o meio cruel, o recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e a condição de gênero, caracterizando o feminicídio. A promotoria ainda ressaltou a extrema violência e sofrimento imposto à vítima, “beirando o sadismo”.
Segundo a Polícia Militar, o réu possuía antecedentes criminais, incluindo registros por injúria, lesão corporal, ameaça, maus-tratos, estelionato e apropriação indébita. A Justiça entendeu que a brutalidade e o contexto doméstico do crime exigiam uma pena exemplar.
Apesar de ainda caber recurso, o condenado permanecerá preso. O caso é considerado emblemático pela gravidade e reforça o alerta sobre a violência contra a mulher, especialmente no ambiente doméstico.