A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre determinados produtos brasileiros acendeu um alerta no setor produtivo de todo o país. Em Santa Catarina, o impacto é concreto: 862 empresas mantêm relações comerciais diretas com o mercado americano. Apesar de o levantamento feito pela Secretaria da Fazenda apontar que o efeito sobre a economia catarinense é “gerenciável” e “baixo” para a maior parte deles, 140 empresas estão dentro de um faixa de risco “alto” e “crítico”. Trata-se de uma situação que exige atenção e resposta rápida, reforça o governador Jorginho Mello.
O governador vai anunciar, nos próximos dias, um pacote de medidas para proteger empresas e empregos. Entre as ações em estudo estão suspensão temporária de ICMS e linhas especiais de financiamento para pequenas e médias empresas mais expostas ao mercado americano. Também há um esforço ativo, via Investe SC, a agência catarinense de atração de investimento, para abrir novos mercados e atrair compradores. É um plano pragmático, que combina estímulo econômico com exigência de contrapartida: a manutenção dos empregos.
Mas a questão vai além das fronteiras catarinenses. O governador Jorginho Mello esteve em Brasília com outros dez governadores para cobrar ação do Governo Federal. E foi direto: “Chegou a hora de agir com seriedade. É preciso menos discurso e mais diplomacia para negociar com os Estados Unidos. Não é momento de fazer campanha, é momento de trabalhar para resolver os problemas do Brasil”.
A fala traduz um sentimento cada vez mais frequente entre empresários e trabalhadores: não basta constatar o problema, é preciso enfrentá-lo. O Brasil não pode se dar ao luxo de perder competitividade por barreiras comerciais ou por inércia política. Negociar com firmeza, buscar alternativas de mercado e oferecer suporte ao setor produtivo são medidas urgentes.
Santa Catarina, felizmente, dá sinais de que está preparada para enfrentar essa turbulência. Mas, como bem pontuou o governador, é preciso que o País inteiro esteja.
