
O câncer de ovário é uma das neoplasias ginecológicas mais desafiadoras em termos de diagnóstico precoce e tratamento. Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer) são esperados cerca de 7.310 novos casos da doença 2025, sendo o oitavo câncer mais incidente entre as mulheres, representando aproximadamente 3% de todos os cânceres femininos.
Embora menos frequente que o câncer de mama, o câncer de ovário é responsável por uma taxa significativa de mortalidade entre mulheres, justamente pela dificuldade no diagnóstico precoce.
O Dr. Luiz Lessa, ginecologista oncológico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca que novos tratamentos vêm transformando o cenário do câncer de ovário.
“Atualmente, dispomos de métodos de imagem mais sensíveis e específicos para a avaliação de neoplasias ginecológicas, como a ressonância magnética multiparamétrica e o PET-CT com 18F-FDG, que desempenham papel fundamental na avaliação de extensão tumoral e na detecção de recorrências. Além disso, marcadores tumorais séricos, embora inespecíficos, podem ser úteis no seguimento clínico de determinadas pacientes. Recentemente, ferramentas baseadas em inteligência artificial têm sido integradas à análise de exames de imagem, contribuindo para a identificação precoce de padrões radiológicos sutis, o que representa um avanço promissor no refinamento diagnóstico e na personalização do tratamento. Além disso, existem estudos promissores com fluorescência que utilizam a expressão de receptores tumorais específicos – como o OTL38 que se liga no receptor de alfa-folato expresso parte dos cânceres do ovário que podem auxiliar o cirurgião a ressecar lesões pequenas difusas no abdome. O interessante é que existem imunoterápicos que atuam no mesmo neste mesmo receptor, sendo uma terapia-alvo promissora”.
Segundo o especialista, essas inovações vêm modificando significativamente a evolução natural da doença e aumentando as chances de sobrevida destas pacientes. Além de possibilitar, novos protocolos de quimioterapia personalizada e terapias-alvo molecular na abordagem terapêutica.
“Estamos entrando em uma era de medicina de precisão. Tratamentos mais direcionados, baseados no perfil genético do tumor, e abordagens cirúrgicas mais precisas com a finalidade de reduzir efeitos colaterais e aumentam a eficácia. O panorama do câncer de ovário mudou e, o desenvolvimento tecnocientífico médico das novas terapias para o câncer do ovário serão um divisor de águas” afirma Dr. Lessa.