O aumento no uso de motos elétricas por crianças e adolescentes preocupa autoridades
Nos últimos tempos, tem se observado um crescente uso de motos elétricas por crianças e adolescentes nas ruas, o que tem despertado preocupações sobre segurança no trânsito. Segundo a legislação vigente, qualquer motocicleta com potência acima de 3,5 kW exige que o condutor possua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor) ou categoria A, destinada a motos comuns. Entretanto, essa exigência é amplamente desconhecida e ignorada, especialmente pelos pais.
De acordo com especialistas, a negligência em relação à regulamentação e ao uso dessas motos elétricas por menores de idade coloca todos em risco. “O pessoal nem sabe que existe essa CNH ACC,” comenta um representante da segurança pública. “E criança em hipótese alguma pode conduzir uma moto elétrica, seja até 3,5 kW ou mais. Isso não está previsto na legislação.”
Crianças sem noção do trânsito
As consequências de permitir que crianças e adolescentes conduzam veículos sem qualquer preparo ou habilitação podem ser graves. “Eles não têm noção do que é trânsito, não sabem o perigo que estão correndo,” desabafa um oficial de trânsito. “Nós constantemente escoltamos esses jovens de volta para casa e orientamos os pais, sempre educadamente, mas é um risco enorme.”
Apesar dos avisos, muitos pais parecem não entender a gravidade da situação. Eles veem essas motos elétricas como brinquedos, quando, na realidade, são veículos que necessitam de regras e cuidados específicos. “Imagina uma criança de 13, 14 anos pilotando uma moto elétrica, sem ter noção do que é um cruzamento, sem saber como reagir a uma emergência no trânsito,” afirma um agente.
Recolhimento e penalidades
Frequentemente, as autoridades precisam intervir, apreendendo as motos e aplicando multas aos pais. “Quando flagramos crianças ou adolescentes usando essas motos, recolhemos o veículo, mandamos para o pátio, e os responsáveis são multados,” explica o oficial. “Além disso, há os custos com guincho e a estadia da moto no pátio. A responsabilidade é dos pais, que deveriam entender os riscos.”
Bicicletas também têm regras específicas. Embora bicicletas sejam frequentemente vistas como inofensivas, a legislação também prevê que o uso recreativo seja exclusivo para menores de idade, sendo proibido andar com elas na calçada ou em vias movimentadas. “Criança só pode andar de bicicleta de forma recreativa,” reforça o especialista.
Pais precisam estar mais atentos
O comportamento dos pais tem sido um ponto central nas discussões sobre a segurança de crianças no trânsito. Ao adquirir motos elétricas e entregá-las aos filhos, muitos não percebem o perigo iminente. “Nós já temos que lidar com problemas graves no trânsito, como acidentes e motoristas irresponsáveis,” lamenta um policial. “Agora temos que nos preocupar também com crianças pilotando motos. É uma situação extremamente perigosa para todos.”
A conscientização sobre os riscos e as exigências legais é essencial. “Os pais precisam entender que moto elétrica não é brinquedo. Essas crianças estão expostas a grandes riscos,” conclui o especialista, alertando para a necessidade de campanhas educativas mais amplas.
Um apelo à segurança
A mensagem é clara: não permitir que crianças ou adolescentes usem motos elétricas ou bicicletas de maneira imprudente. A falta de conhecimento do trânsito e a imaturidade colocam suas vidas em perigo. As autoridades continuarão a agir, mas o papel dos pais é crucial. É hora de reforçar a conscientização e garantir que todos sigam as regras para evitar tragédias.
A segurança no trânsito é um dever de todos.
