A quinta edição da Operação Mata Atlântica em Pé, iniciativa nacional voltada para o combate ao desmatamento e para a recuperação de áreas degradadas, encerrou na sexta-feira 30 de setembro em Santa Catarina.
A operação foi deflagrada em 17 de setembro, em 17 estados que possuem áreas do Bioma. Conforme o relatório da Polícia Militar Ambiental (PMA), a ação detectou, apenas em Santa Catarina, uma área total de desmatamentos ilegais de 877 hectares. As autuações chegam a R$ 4.385.000 em multas potenciais, que ainda estão sujeitas a recursos administrativos.
Em Santa Catarina, a Operação Mata Atlântica em Pé de 2022 foi coordenada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Santa Catarina (CME/MPSC) e pela Polícia Militar Ambiental. No período, a PMA fiscalizou áreas com alertas de desmatamentos em 80 municípios, o que representa uma área de 1513 hectares fiscalizados in loco.
A Coordenadora do CME, Promotora de Justiça Luciana Cardoso Pilati Polli, destaca que: “o êxito da Operação Mata Atlântica em Pé em SC e no restante do País demonstra a importância da fiscalização ambiental e da atuação conjunta entre Ministério Público, Polícia Militar Ambiental e demais órgãos de proteção do meio ambiente. As áreas vistoriadas são escolhidas após criteriosa conferência dos alertas iniciais de desmatamento obtidos via satélite. Assim, as fiscalizações se concentram nos pontos mais críticos, conferindo maior eficiência aos trabalhos e maior proteção ao Bioma da Mata Atlântica, um dos mais importantes e ameaçados do mundo”.
Agora as provas levantadas pela PMA serão encaminhadas para as Promotorias de Justiça do Meio Ambiente para a tomada das providências civis e criminais cabíveis. A Mata Atlântica ocupa uma área de 1.110.182 km², equivalente a 13,04% do território nacional, e abriga diversas formações florestais, além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais).
A Mata Atlântica é um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana: cerca de 70% da população brasileira vive em território antes coberto por ela – daí a importância da preservação do que ainda resta do Bioma, fundamental para questões como a qualidade do abastecimento de água nas cidades.
Estima-se que perto de 12% da vegetação original estejam preservados, 80% mantido em propriedades particulares. Trata-se um dos Biomas com maior diversidade de espécies de fauna e flora – tanto que alguns trechos da floresta são declarados Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
