O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um homem pela morte da ex-companheira em 29 de agosto deste ano. A 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Videira quer que ele vá a Júri popular por homicídio com quatro qualificadoras: feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A Justiça já recebeu a denúncia.
Segundo consta nos autos, o réu teria cometido o crime porque não aceitava o fim do relacionamento. Na manhã daquela segunda-feira, ele teria dado pelo menos nove facadas nas costas da ex-companheira. Na sequência, ele teria dado várias pedradas na cabeça da mulher.
Vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a vítima foi levada para o hospital, mas acabou falecendo. Ela foi sepultada no dia seguinte no município de Água Doce, deixando dois filhos pequenos. O acusado foi preso preventivamente na audiência de custódia.
O Promotor de Justiça da 1ª Promotoria da Comarca de Videira, Flávio Fonseca Hoff, ressalta que os relatos das testemunhas e o laudo pericial não deixam dúvidas quanto a autoria e a brutalidade do crime: “Este homem tirou uma vida inocente e merece uma punição severa. Queremos que ele sente no banco dos réus e seja julgado e condenado pelos seus atos”, diz o Promotor de Justiça.
Relembre outros casos de feminicídio em Videira
No mês passado, uma mulher foi morta dentro de casa em Videira com pelo menos 23 golpes de um objeto perfurocortante. O corpo foi encontrado pelo filho de 11 anos momentos após o crime. O suspeito já foi denunciado pelo MPSC por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa e feminicídio). Ele está preso, à disposição da Justiça.
No final de julho, o Tribunal do Júri da Comarca de Videira condenou um homem que tentou matar a ex-companheira a 10 anos de reclusão. A vítima chegou a levar facadas no pescoço, na mão e na orelha, mas conseguiu empurrar o agressor para fora de casa, trancar a porta e pedir socorro. Ela foi atendida pela equipe médica e sobreviveu.
O MPSC recorreu ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) para tentar aumentar a pena: “A sociedade de Videira não aceita esse tipo de prática, e os autores não podem ficar impunes. A batalha para evitar esse comportamento é longa e passa pela conscientização da população e a severa punição dos agressores. O Ministério Público luta por isso. Só assim conseguiremos reduzir os números alarmantes do Brasil, que em 2015 ocupava o 5º lugar na lista de países com as maiores taxas de homicídio de mulheres (dados do Mapa da Violência)”, conclui Flávio Hoff.