



A Defesa Civil de Santa Catarina não descarta a possibilidade que a região Oeste de Santa Catarina, possa ter registrado um tornado na tarde destra sexta-feira (09). As fortes chuvas, somadas a vendavais, causaram estragos em diversos municípios. Conforme o órgão estadual, uma micro explosão atingiu as regiões de Itapiranga. Em Palmitos, o fenômeno também causou a morte de um homem, de 51 anos, após uma árvore cair sobre ele.
Rajada de vento derruba muro de ginásio e fere seis crianças no Oeste de SC
“A Defesa Civil de Santa Catarina está acompanhando a passagem de uma frente fria que provocou diversas tempestades severas, principalmente na região Oeste do Estado. Nós tivemos aí um registro de óbito, infelizmente, associado possivelmente a uma micro explosão e não se descarta a possibilidade também de ter ocorrido um tornado. Na região de Itapiranga também teve uma micro explosão e nas outras regiões tempestades associadas a uma linha de estabilidade que passou junto com essa frente fria. No momento, essa frente fria está se deslocando em direção à região centro-leste do estado e deve provocar também tempestades, mas não tão intensas como a gente registrou no oeste do estado. Então, a gente recomenda que as pessoas continuem atentas aos avisos e alerta da Defesa Civil e estejam preparadas a atuar em caso de emergência”,
detalhou a Defesa Civil.
O Corpo de Bombeiros Militar de Itapiranga atendeu 18 ocorrências relacionadas ao temporal que atingiu a região na tarde de sexta-feira (09). Entre 13h30 e 19h, foram registradas quedas de árvores, destelhamentos e danos em estradas e na rede pluvial, causados por fortes ventos e chuva intensa. Os bombeiros realizaram a entrega de 210 m² de lonas em 11 atendimentos, além de sete ações para corte de árvores e quatro orientações à população sobre riscos com telhados molhados.
NOTA METEOROLÓGICA SDC/DC 09/05 – Avanço de frente fria causou intensos temporais no Oeste Catarinense nesta sexta-feira (09)
Após uma manhã de aquecimento nesta sexta-feira (09) favorecida pela influência de uma intensa corrente de jato de ar quente em baixos níveis da atmosfera, também conhecida por JBN, o rápido deslocamento de uma frente fria pelo Extremo Oeste e Oeste Catarinense no início da tarde, próximo à divisa com o Rio Grande do Sul e Argentina, contribuiu para o desenvolvimento de fortes tempestades, sendo algumas severas.
Na figura 1, é possível observar, através da imagem do satélite GOES-19, a formação de tempestades de grande intensidade (tons de vermelho e preto). A intensidade das tempestades é indicada pelos valores muito baixos de temperatura do topo das nuvens.

Nas figuras 2 e 3, é possível observar as variáveis de refletividade (estimativa da intensidade da chuva) e velocidade radial (estimativa de velocidade dos ventos) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC. Nele, é possível observar valores acima de 55/60 dBZ e velocidades em torno de 28-30 m/s (acima de 100 km/h), respectivamente, o que indica a ocorrência de tempestades severas sobre a região de Itapiranga e Palmitos entre 13h30 e 14h30.


A forma alinhada das tempestades – Linha de Instabilidade (LI) está comumente associada à ocorrência de fortes rajadas de vento em superfície, o que causou inúmeras ocorrências associadas a queda de galhos e de árvores, danos na rede elétrica e destelhamentos.Pela análise preliminar dos estragos e de acordo com as imagens do radar meteorológico, é possível que as tempestades severas alinhadas tenham produzido diferentes eventos severos, como tornados e microexplosões. Em Itapiranga, um dos municípios atingidos, é possível que tenha ocorrido uma microexplosão atmosférica (downburst). Os downbursts são caracterizados por uma intensa corrente descendente (ventos), que despencam da base da tempestade em direção à superfície, se espalhando radialmente ao atingir o solo. Os ventos nessas situações costumam ser intensos, superando os 80 – 100 km/h