
O presidente da Associação Chapecoense de Futebol, Alex Passos, permanecerá no cargo até o fim do seu mandato. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (01), após reunião realizada com a Diretoria Executiva, o Conselho de Administração e o Conselho Deliberativo do clube, e ocorre em meio a um amplo movimento de apoio interno à sua continuidade.
Durante o encontro, Passos recebeu uma carta assinada por representantes de diversos setores da agremiação — incluindo toda a Diretoria Executiva, a maioria dos funcionários, atletas, comissão técnica, diretoria do Conselho Deliberativo, membros do Conselho Fiscal e integrantes das categorias de base. O documento expressava apoio unânime à sua permanência, destacando a confiança no trabalho que vem sendo desenvolvido à frente do clube.
Diante da manifestação coletiva, o presidente decidiu atender ao apelo e seguir na liderança da Chape, afastando especulações sobre uma possível saída antecipada.
Após a decisão, Alex Passos encaminhou um comunicado oficial aos conselheiros da instituição, reforçando o compromisso com a reconstrução e a estabilidade da equipe dentro e fora de campo.
Veja o comunicado
Na última reunião do Conselho, encaminhei uma carta ao novo presidente, Sr. Roman, na qual manifestei meu desejo de deixar a diretoria após um período de transição de 60 dias.
Essa decisão foi motivada, única e exclusivamente, por exaustão.
Foram 45 meses à frente da Chapecoense. Um período intenso, de processos que exigem muito – física e mentalmente – em razão da complexidade e responsabilidade envolvidas. Mesmo contando com uma diretoria atuante, o peso das decisões costuma recair sobre uma única pessoa. E, com ele, vêm as cobranças – muitas vezes desproporcionais e injustas.
Cito apenas um exemplo: o gramado sintético. Foram quatro meses de intensas cobranças, vindas da imprensa, de torcedores nas redes sociais e até da própria prefeitura, que chegou a questionar o andamento do projeto. Houve críticas pesadas relacionadas ao uso do estádio de Xanxerê. Hoje, temos – senão o melhor – um dos melhores gramados do Brasil, utilizado tanto pela base quanto pelo time profissional. Deixamos para trás os tempos em que a base era assistida do barranco na Água Amarela. Mesmo em um ano de chuvas constantes, não estamos enfrentando problemas com campos para treino. Mas todo esse processo foi extremamente desgastante. Só sobre essa pauta, daria para escrever páginas e mais páginas.
Apesar disso, diante das inúmeras manifestações de apoio – de conselheiros, patrocinadores, atletas, funcionários e, principalmente, de pessoas com grande história no clube, como Izair Gambatto, Gelson Dalla Costa, Nei Maidana e, de forma muito especial, minha diretoria, liderada por Jayme Bordignon – repensei. Depois de conversas sinceras com familiares, decidi permanecer até o final do ano.
Agradeço a todos pela compreensão, pelo carinho e pela empatia em entender o momento que estou vivendo. Reafirmo meu compromisso com a Chapecoense e faço questão de deixar claro: minha decisão não foi motivada por insatisfação, conflitos ou qualquer outro fator externo. Foi, e continua sendo, fruto do cansaço acumulado ao longo desses quase quatro anos. Porque, acreditem: na Chapecoense, não existe férias.
Seguimos.Alex Boff Passos,
Presidente da Associação Chapecoense de Futebol