
Neste sábado (12/4), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do CyberGAECO, deflagrou a Operação Vórtice, visando desarticular grupo investigado por promover discursos de ódio, exposição a conteúdos extremos e, em casos mais avançados, incentivo ao extremismo e à violência. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e duas decisões de internação provisória.
As decisões cautelares, requeridas pela Promotoria de Justiça da Infância da Comarca do Vale do Itajaí, foram expedidas pelo Poder Judiciário. O relatório de investigação, que resultou na operação, foi elaborado pelo CyberGAECO em apoio à Promotoria de Justiça.
Colaboração interagências
A Operação Vórtice contou com apoio estratégico do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas/DIOPI/SENASP, da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos da América. Essa parceria ressalta a importância da cooperação entre órgãos e agências, bem como o intercâmbio de informações, para o combate ao extremismo e ao crime organizado.
Perfil dos investigados
O submundo virtual tem se consolidado como espaços digitais utilizados para práticas ilícitas, incluindo manipulação de menores, exposição a conteúdos extremos e, em casos mais graves, incentivo à violência. A compreensão da dinâmica desses grupos é essencial para subsidiar ações de investigação, prevenção e responsabilização. Os grupos virtuais têm se configurado como ambientes propícios à prática de crimes graves, com especial impacto sobre adolescentes em situação de vulnerabilidade. A atuação desses grupos segue uma estrutura progressiva, dividida em fases que envolvem manipulação emocional, coação, exposição a conteúdos extremos e, em casos mais avançados, incentivo ao extremismo e à violência.
Compromisso com a Segurança Pública
O Ministério Público de Santa Catarina reafirma seu compromisso com a defesa da sociedade. Discursos de ódio, antissemitismo, incitação à violência e movimentos extremistas, muitas vezes formados por indivíduos que se escondem no pseudo-anonimato da internet, são ameaças graves que merecem atenção especial das forças de segurança.
Operação Vórtice
O nome foi escolhido em alusão à força de sucção de um vórtice, que simbolicamente representa a maneira como adolescentes e jovens são atraídos e arrastados para círculos virtuais de violência, crueldade e criminalidade. Assim como um vórtice consome tudo ao seu redor e leva ao fundo, os ambientes digitais investigados atuam como redutos que isolam, influenciam e radicalizam seus integrantes, afastando-os da realidade e dos limites legais e morais. O nome reforça a gravidade e a urgência de ações coordenadas para romper esse ciclo e proteger os mais vulneráveis.
As investigações tramitam sob sigilo e, assim que houver a publicidade dos autos, novas informações poderão ser divulgadas.
GAECO e CyberGAECO
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.
O CyberGAECO é uma força-tarefa especializada, inserida na estrutura do GAECO, que tem o objetivo de identificar, buscar prevenir e reprimir infrações penais praticadas em ambientes virtuais.
A PRF fazia parte da força-tarefa até o início do mês, a suspensão aconteceu em razão de uma determinação do Ministério da Justiça. A parceria poderá ser revista ou retomada a qualquer momento.
Por MPSC