
Fonte SC em Pauta
O anúncio feito ontem pelo governador Jorginho Mello (PL) de que o coronel Emerson Fernandes será o comandante-geral da Polícia Militar no lugar de Aurélio Pelozato gerou uma grande surpresa. Há uma expectativa de uma possível dança das cadeiras nos comandos regionais.
Acontece que, na semana passada, o governador, acompanhado de um de seus filhos, teve uma conversa a portas fechadas com o coronel Jofrey da Silva. Ele seria o escolhido, porém Jorginho temeu ampliar a crise com os policiais, que receberam mal o nome. Segundo uma fonte ligada ao governo, para não ser desconvidado, Jofrey aceitou o cargo de subcomandante, e Fernandes é quem comandará a tropa.
Conversei com alguns policiais que se mostraram surpresos com o fato de Jofrey ter aceitado ser o sub de Emerson Fernandes, mesmo sendo mais antigo na Polícia Militar. Jofrey foi declarado aspirante em 1993, enquanto Emerson só foi declarado sete anos depois. “A diferença é muito grande. Gerações muito diferentes”, declarou um policial sob condição de anonimato.
A maioria dos policiais com quem conversei prefere esperar o início do trabalho de Fernandes para fazer uma avaliação. Mas o que deu para sentir é que houve uma renovação na esperança de transformação da PM. Inclusive, há uma defesa para que os coronéis mais antigos vão para a reserva.
Por outro lado, o sentimento em relação ao governo ainda é muito ruim. Os praças entendem que não houve valorização da categoria no anúncio de reajuste. “No quesito valorização, ele (Jorginho) conseguiu ser pior que o Moisés (Carlos), que deu o mesmo percentual na reposição inflacionária, mas fez o plano de carreira”, destacou um policial, completando que o governador atual somente cedeu e concedeu o reajuste com medo do voto dos militares na próxima eleição.
O fato é que a crise entre policiais e governo é tão grande que o novo comandante-geral, apesar de ser melhor visto do que Aurélio Pelozato, tem uma grande chance de desagradar a todos. Tanto os policiais, especialmente os praças, que não confiam mais no governador, quanto o próprio governo. O motivo é a dificuldade que terá para reconstruir a relação entre a caserna e o Palácio da Agronômica.