A redação do ClicRDC foi procurada por trabalhadores das Unidades de Pronto Atendimento Upa (Upa 24 localizado na Avenida Sete de Setembro e o Upa da Efapi), em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, para denunciar descaso com a qualidade da alimentação oferecida no local. Os trabalhadores já flagraram até um inseto, circulando na comida quando abriram uma das marmitas.
De acordo com um dos trabalhadores, que prefere não ser identificado, a situação ocorre há mais de um ano. Segundo o relato, são entregues diariamente em torno de 20 marmitas, mas sem possibilidade de consumo. “Recebemos uma comida sem condições de comer, precária. Não é justo, todos nós estarmos ali fazendo tanto pela saúde das pessoas e receber em troca uma péssima alimentação”.
Outro trabalhador, relatou que já foram localizadas larvas em marmitas, comida azeda e até cabelos. “Essa é a consideração que temos com o nosso trabalhador. São 12 horas de trabalho, e só recebemos essa marmita para nos alimentar, e somos assalariados, não temos condição de comprar comida o tempo todo”.
O trabalhador destaca que já foi pedido inúmeras vezes para que ocorra uma nova licitação, para outro restaurante fornecer a comida, ou que o valor pago pelas marmitas fosse entregue direto para os trabalhadores comprarem a alimentação, porém sem resposta.
“Não estamos mais nos alimentando das marmitas que chegam pela empresa, fazemos uma vakinha para comprar algo em outro local ou algum colega traz uma marmita”.
Ainda segundo relato do trabalhador, mais de dois colegas de trabalho desenvolveram gastroenterite, uma irritação no tubo digestivo, estômago e intestino, causada por intoxicação alimentar.
“A comida foi mandada para análise, mas nós não sabemos do resultado”.
Em contato com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviço de Saúde Chapecó e Região (SITESSCH) e membro da diretoria da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Santa Catarina (FETESSESC) Fabio Ramos Nunes Fernandes, ele relatou que conversou com alguns trabalhadores da UPA, que confirmaram a questão da alimentação de péssima qualidade.
“Já mandei uma solicitação no grupo do Conselho Municipal de Saúde, pedindo para que a gestão se manifeste sobre a situação”.
Em contato com a Secretaria de Saúde do município, foi informado que nenhuma notificação formal por parte da coordenadoria do UPA foi repassada até o momento, mas a situação está sendo verificada junto a coordenação do local, pois no dia referido (01/01) nada foi informado para a Secretaria.
A Secretaria de Saúde enfatiza ainda que preza pela boa alimentação de todos os servidores do Município e vai buscar formas de resolução das questões apresentadas.
