
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, concedeu entrevista ao ClicRDC para detalhar as iniciativas do novo programa “Minha Voz Tem Vez”, lançado oficialmente em Florianópolis nesta semana. A ação visa combater e prevenir a violência contra crianças e adolescentes, com foco nas escolas, por meio de educação, informação e presença ativa da Polícia Civil.
Na conversa, Ulisses Gabriel destacou dois pilares centrais do programa: os projetos “Proteja uma Criança” e “Conhecer Para se Proteger”. Ambos têm como objetivo capacitar, orientar e conscientizar crianças e adolescentes, com linguagem adaptada à faixa etária, sobre os riscos da violência — especialmente a sexual — e como buscar ajuda.
“O ‘Proteja uma Criança’ é voltado para alunos do ensino fundamental, com atividades lúdicas e palestras conduzidas por psicólogos e policiais. Já o ‘Conhecer Para se Proteger’ é focado em adolescentes, com rodas de conversa, discussões sobre consentimento, redes sociais e prevenção de abusos. Queremos estar presentes na escola não apenas como força de repressão, mas principalmente como agentes de prevenção”, explicou o delegado-geral.
Ulisses ressaltou que a missão da Polícia Civil não se limita à investigação e repressão dos crimes, mas deve também atuar fortemente na base da sociedade, onde tudo começa: a educação. Ele defendeu que a informação é uma ferramenta poderosa de proteção e que muitas situações de abuso poderiam ser evitadas se as vítimas soubessem reconhecer sinais de violência e tivessem canais seguros para denunciar.
Além do conteúdo aplicado diretamente com as crianças e adolescentes, o programa também prevê a formação de professores, orientadores e agentes da rede escolar, promovendo um ambiente de acolhimento e segurança para que as vítimas possam se manifestar.
“O silêncio ainda é o maior aliado da violência. Esse ciclo precisa ser rompido. Com o programa ‘Minha Voz Tem Vez’, queremos dar voz às crianças, ensiná-las que elas podem e devem falar. E quando falarem, terão acolhimento e proteção”, completou.
O programa conta com o apoio de instituições como OAB, Ministério Público, Alesc, TJSC, Acaert, Secretaria de Educação, entre outras, ampliando o alcance da ação para todo o território catarinense.