O desaparecimento de Salete Borges, de 56 anos, segue envolto em mistério e dor para a família. A chapecoense foi vista pela última vez no dia 23 de maio deste ano, na Linha Amizade, interior de Nova Itaberaba (SC). Três meses após o início das investigações, o caso foi encerrado pela Polícia Civil no dia 11 de agosto, sem que o corpo da vítima fosse encontrado.
Dois homens foram presos durante a investigação. As autoridades acreditam que o corpo tenha sido jogado no Rio Chapecó, nas proximidades da residência de Salete, mas, apesar das buscas intensas feitas pelos bombeiros, familiares e a comunidade, nenhum vestígio foi localizado.
Nos últimos dias, o principal suspeito, preso no Presídio de Chapecó, passou por uma avaliação psiquiátrica e foi considerado incapaz — ou seja, sem plenas capacidades psicomotoras e cognitivas para responder pelos seus atos da forma tradicional prevista em lei. O homem possui histórico de esquizofrenia.
A avaliação não o isenta de responsabilidade, mas altera o tipo de julgamento e possível pena, que pode ser cumprida em um hospital psiquiátrico, e não em regime prisional comum.
A família de Salete continua convivendo com a angústia da falta de um desfecho digno. Sem o corpo, não é possível realizar o sepultamento e prestar as últimas homenagens.
“Não é apenas justiça. É respeito. Ela merece um lugar de descanso, e nós merecemos paz”,
declarou um familiar, em anonimato.
O caso reacende debates sobre saúde mental, justiça e a dor persistente das famílias que enfrentam crimes sem corpo e sem fechamento emocional.
