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Devido à Covid-19, morador de Chapecó é internado em estado grave e família pede ajuda; veja o que diz o governo

Marcos Drumm foi severamente atingido pelo vírus e necessita de um serviço que não é prestado em SC; A Justiça determinou que o Estado arcasse com tratamento necessário e transferência

Foto: Arquivo Pessoal

O morador do bairro Seminário em Chapecó (SC), Marcos Drumm, de 38 anos, foi uma das pessoas do município que contraiu à Covid-19. Após o agravamento dos sintomas, ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois de ter o pulmão totalmente comprometido, Marcos precisa de um serviço que não é prestado em Santa Catarina. A família do chapecoense recorreu à Justiça, que obrigou o Estado a prestar o atendimento com a transferência do paciente, juntamente com os custos necessários do serviço. Segundo o governo, ele segue os trâmites para contratação do serviço (veja a nota no fim do texto).

O ClicRDC recebeu informações de que o Prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) foi informado do caso e auxilia a família no contato com o Governo Estadual. A assessoria da Prefeitura de Chapecó foi acionada para comentar o assunto e deve responder o ClicRDC em breve.

Conforme a família, Marcos é um ciclista que leva uma vida saudável e um grande fã dos pedais. Com 38 anos, ele é um exemplo de pessoa que cuida de seu bem-estar e quer ficar em dia com a saúde. Após contrair a doença, Marcos foi severamente atingido por ela e precisou ser internado em um leito de UTI.

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O histórico de Marcos com a Covid-19

No dia 6 de fevereiro, Marcos buscou ajuda no Hospital Regional do Oeste (HRO) em Chapecó, após se sentir mal por conta dos fortes sintomas ocasionados pelo coronavírus. Ele estava em limite de risco e teria que ficar internado no HRO, no entanto já não havia mais leitos. No dia seguinte, a família conseguiu uma vaga no Hospital Frei Bruno de Xaxim (SC), para onde ele foi levado.

“Ele ficou 11 dias em Xaxim. O quadro dele foi piorando até o dia em que o médico me chamou dizendo que o pulmão dele estava muito comprometido e que iriam entubar ele. Na última hora o médico tentou deixar ele mais um pouco sem nenhum procedimento invasivo, para ver se ele reagia. Ele ficou seis dias dormindo sentado porque não podia se inclinar para não pressionar o pulmão”, contou a esposa, Eliane Drumm.

Após uma piora no quadro, Marcos ficou com o pulmão totalmente comprometido e precisou de um tratamento que não é fornecido em Santa Catarina. A justiça determinou que o Estado levasse Marcos para algum hospital que fornecesse esse atendimento, no entanto o prazo determinado expirou e a família ainda não teve retorno. No dia 16 de fevereiro, Marcos foi entubado e transferido para Xanxerê e no dia seguinte levado para Rio do Sul (SC), onde a equipe médica também já solicitou atenção para o caso de Marcos.

De acordo com Marcelo Vier Gambetta, Diretor Técnico e Responsável Técnico da UTI Covid do Hospital Regional do Alto Vale, o paciente está estável, do ponto de vista de pressão e funcionamento dos órgãos, mas o funcionamento do pulmão está muito debilitado e o respirador já não consegue oxigenar o sangue dele de maneira adequada.

“Isso a curto e médio prazo é bastante prejudicial e por isso a alternativa para suprir, é transferi-lo para um serviço que faz ECMO (pulmão artificial), que é essa circulação extracorpórea que fará a oxigenação do sangue dele enquanto há uma recuperação da parte pulmonar”, explicou Gambetta.

Ainda conforme o médico, o estado de Santa Catarina não disponibiliza o serviço, mas outros estados, como o Rio Grande do Sul, sim.

Sobre a determinação

De acordo com o advogado Marcos Cristiano Alberti, que assessora a família, o Ministério Público e o Hospital Regional Alto Vale, a transferência foi negada, porque o Estado alegou que não tinha meios para fazer.

“O hospital tentou o contato para que Marcos fosse transferido para outro hospital e pediram para que a regulação fizesse o intermédio da transferência que foi negada, alegando que eles não tinham meios para fazer, que o equipamento não era padronizado no SUS. Ou seja, foram contra a orientação médica”, disse o advogado.

O advogado contou ainda que o hospital e a OAB de Rio do Sul informaram sobre o caso ao Ministério Público, onde conseguiram uma determinação judicial. O advogado informou que ela saiu ainda no sábado (20). Na decisão, que obriga o Estado a prestar o atendimento, está descrito que o prazo era de 48 horas para a transferência do paciente, juntamente com os custos necessários. No entanto, o prazo expirou na segunda-feira (22) e o governo do Estado ainda não sinalizou o local para transferir Marcos.

“O Estado confirmou o recebimento da intimação da decisão ainda no sábado (20) às 20:47, contudo, somente hoje (23) à tarde estava orçando onde iria colocar o Marcos. Só que de sábado até esta terça-feira (23) já deram três dias e não está agilizando em nada o cumprimento da decisão judicial”, contou o advogado.

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O que diz a Secretária de Estado da Saúde de Santa Catarina

Sobre o caso específico do paciente citado, a Secretaria de Estado da Saúde informa que está seguindo os trâmites para contratação do serviço de suporte de oxigenação por membrana extracorpórea – ECMO. É um tratamento não oferecido´ pelo SUS em SC e a SES já tomou providências para sua contratação junto à iniciativa privada.

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