quinta-feira, agosto 14, 2025
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Governo de SC anuncia R$ 435 milhões para apoiar empresas afetadas por tarifaço dos EUA

Ações tributárias e financeiras visam proteger empregos e manter a competitividade dos exportadores catarinenses

Governador Jorginho Mello em coletiva após anúncio de medidas (Foto: Roberto Zacarias/Secom GOVSC)

O governador Jorginho Mello anunciou nesta quarta-feira, dia 13, um pacote de R$ 435 milhões em medidas emergenciais para apoiar os setores da economia catarinense mais prejudicados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos importados do Brasil. O governo catarinense prevê proteger cerca de 73 mil postos de trabalho com as medidas. 

O pacote será dividido em três frentes de ação:

  • • Liberação do crédito acumulado de exportação dividido em três meses
  • • Postergação do pagamento do ICMS por 60 dias durante três meses
  • • Financiamento emergencial por meio do BRDE

O anúncio das medidas ocorreu em Florianópolis, durante coletiva realizada na Fiesc, que participou ativamente da construção das propostas nos últimos dias.

- Continua após o anúncio -

As empresas atendidas deverão concentrar esforços na manutenção dos postos de trabalho, contribuindo para a estabilidade econômica de Santa Catarina.

Também participaram da elaboração das medidas as secretarias do Planejamento (Seplan); Indústria, Comércio e Serviço (SICOS); Agricultura (SAR); Articulação Internacional e Projetos Estratégicos (SAI); além da InvestSC, do BRDE e do Badesc.

Tarifa impacta 95% das exportações de SC aos EUA

Um levantamento da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) mostra que, em 2024, Santa Catarina exportou R$ 9,9 bilhões aos EUA. Cerca de 95% do volume total exportado (R$ 9,4 bilhões) está diretamente exposto à nova tarifa.

Os setores mais atingidos são os de madeiras e derivados, incluindo móveis de madeira (48,5% das exportações para os EUA), seguido por blocos de motor e compressores (17%), além de motores elétricos e transformadores (14,5%). O Norte do estado é a região mais impactada (44% das exportações para os EUA), seguido do Vale do Itajaí (22%).

Classificação de risco

As ações emergenciais estão direcionadas às empresas catarinenses expostas à nova tarifa e que correm risco real de perda de competitividade no mercado internacional, enquadradas nos níveis de risco “gerenciável”, “relevante”, “alto” e “crítico”.

Juntos, esses negócios respondem por cerca de R$ 8,5 bilhões em exportações anuais aos Estados Unidos e garantem mais de 73 mil empregos diretos — postos de trabalho que o pacote anunciado busca proteger diante do novo cenário internacional.

As três frentes de apoio do governo do estado somam cerca de R$ 435 milhões, entre medidas financeiras e tributárias.

Pacote de medidas vai destinar R$ 435 milhões em apoio às empresas (Foto: Roberto Zacarias/Secom GOVSC)
  • ● Liberação do crédito acumulado de exportação dividido em três meses
  • • R$ 62 milhões em créditos
  • • 295 empresas se enquadram nos critérios (níveis crítico, alto, relevante e gerenciável)
  • • 73 mil empregos preservados
  • • Início da medida: Setembro de 2025

Empresas exportadoras acumulam créditos de ICMS gerados nas operações de exportação. Essas empresas têm um fluxo estabelecido para a transferência de crédito. Com a medida, o Estado vai antecipar a liberação do saldo de crédito acumulado dividido em três meses, garantindo a entrada de recursos no caixa das empresas de forma imediata.

  • ● Postergação do pagamento do ICMS por 60 dias durante três meses
  • • R$ 72 milhões em ICMS postergado (R$ 36 mi/mês)
  • • 295 empresas se enquadram nos critérios (níveis crítico, alto, relevante e gerenciável)
  • • 73 mil empregos preservados
  • • Início da medida: Setembro de 2025

Empresas diretamente afetadas pela tarifa poderão adiar o pagamento do ICMS por dois meses, durante três meses consecutivos. Na prática, os vencimentos do imposto serão prorrogados, sem multa, por 60 dias. A medida melhora o fluxo de caixa das empresas no curto prazo, permitindo que reorganizem suas finanças sem comprometer as operações.

  • ● Financiamento emergencial
  • • R$ 265 milhões disponíveis em linhas de financiamento
  • • 18 mil empregos preservados
  • • Início da medida: Imediato
  • 251 empresas se enquadram nos critérios
  • Níveis crítico, alto, relevante = faturamento até R$ 300 milhões/ano
  • Nível gerenciável = faturamento até R$ 100 milhões/ano
  • Empréstimo em Dólar (US$)
  • – Total: R$ 165 milhões
  • – Taxa: Variação cambial + 3% a.a.*
  • – Custo p/ Estado: R$ 18,3 milhões
  • *Estado irá subsidiar cerca de 6 pontos percentuais em relação à média praticada no mercado
  • Empréstimo em Reais (R$)
  • – Total: R$ 100 milhões
  • – Taxa: 9% a.a. fixo em R$*
  • – Custo p/ Estado: R$ 17,6 milhões
  • *Estado irá subsidiar cerca de 10 pontos percentuais em relação à média praticada no mercado
  • Condições gerais
  • – Carência: 12 meses (pagamento dos juros semestrais)
  • – Amortização: 24 meses (pagamento principal + juros mensais)
  • – Prazo p/ quitação: 36 meses
  • – Custo total p/ Estado: R$ 36 milhões

Em parceria com o BRDE, o governo catarinense vai oferecer uma linha de financiamento emergencial, específica para cobrir, por quatro meses, os custos fixos das empresas (como energia, aluguel e folha de pagamento) na mesma proporção das receitas que vinham das exportações para os EUA. Será considerado o histórico de exportações para os EUA nos últimos 12 meses, não atrelado a exportações futuras.

Por exemplo: um negócio com faturamento anual de R$ 100 milhões, com cerca de R$ 40 milhões em exportações comprometidas pela nova tarifa, terá a opção de buscar um financiamento na ordem de R$ 4 milhões — nesse cálculo, a SEF/SC considera que o custo fixo representa 30% do faturamento da empresa.

Serão atendidos pela medida os negócios com faturamento máximo de R$ 300 milhões/ano que tenham sofrido impacto “crítico”, “alto” ou “relevante” diante da nova tarifa. Também serão atendidos os estabelecimentos com faturamento máximo de R$ 100 milhões/ano enquadrados no nível “gerenciável” de impacto.

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