quinta-feira, julho 3, 2025
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Atuação de pedagoga transforma o futebol de base da Chapecoense e amplia as possibilidades na Pedagogia

Marineiva Moro, coordenadora da Unoesc Chapecó, é premiada por atuação com jovens atletas da Chapecoense, mostrando que a Pedagogia pode ir muito além da sala de aula


“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. A frase marcante do pedagogo e filósofo Paulo Freire sintetiza o poder transformador da educação. O revolucionário ato de ensinar e alfabetizar é compreendido como uma prática restrita à sala de aula, no entanto, transformar a sociedade também implica ampliar as possibilidades de atuação para além dos contextos considerados tradicionais.

No campo da Pedagogia, um exemplo dessa versatilidade pode ser observado na atuação da coordenadora do curso de Pedagogia e do Observatório e Laboratório de Letramento e Alfabetização (OLLA) da Unoesc Chapecó, professora Marineiva Moro de Oliveira. Além das funções acadêmicas, ela atua como pedagoga na Associação Chapecoense de Futebol (ACF). Essa atuação foi reconhecida e premiada no “Congresso Internacional de Inovação e Empreendedorismo em Escolas de Futebol”, o FutEdu Summit, realizado em Curitiba (PR), entre os dias 19 e 22 de junho.

A conferência reuniu educadores, especialistas, gestores, acadêmicos e empresários envolvidos com a formação por meio do esporte. O evento, considerado o maior da América Latina no segmento esportivo-educacional, voltado a escolas e projetos sociais de futebol, contou com mais de 6 mil participantes, 80 palestrantes, 50 parceiros e mais de 24 atividades simultâneas.

Equipe multiprofissional premiada

A professora explica que, para obter a certificação de instituição formadora pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é necessário dispor de uma equipe multiprofissional que integre o social e o pedagógico. No caso das categorias de base da Chapecoense, essa equipe é composta por assistente social, psicóloga e pedagoga. É nesse contexto que Marineiva atua, desenvolvendo diversos projetos, entre eles o “A Base Lê”, cujo objetivo foi melhorar a comunicação dos atletas durante entrevistas pós-jogo.

— Às vezes, os jogadores respondiam apenas que tinham ido bem e conquistado os três pontos. A partir disso, identificamos a possibilidade de ampliar o repertório comunicativo. Iniciamos, então, um projeto de leitura, interpretação e produção escrita — relata.

Em conjunto com o setor psicossocial das categorias de base, Marineiva foi reconhecida por sua atuação na formação dos atletas. A agremiação recebeu o prêmio por garantir a responsabilidade social no futebol.

— Há dois anos, tivemos o reconhecimento pelo projeto específico “A Base Lê”, e, neste ano, fomos premiados com um projeto de responsabilidade social mais amplo, que engloba todas as ações desenvolvidas. As categorias de base da Chapecoense foram reconhecidas como um projeto inovador, social, inserido em um contexto de desenvolvimento humano. Esse reconhecimento é fruto de nossa dedicação à formação humana, social, política, psicológica, emocional e educacional dos jovens atletas — comemora Marineiva.

A Pedagogia em todos os lugares

Segundo Marineiva, o pedagogo pode atuar em clubes formadores, inclusive em outras modalidades esportivas. — No evento em que participamos e fomos premiados, também havia pedagogos atuantes no futsal, vôlei, entre outras modalidades, inclusive com foco em esportes para pessoas com deficiência. Afinal, quem domina metodologias e didáticas de ensino e pode orientar esse processo é o pedagogo — destaca.

A coordenadora enfatiza que, embora a atuação do pedagogo seja frequentemente associada ao contexto escolar, há amplas possibilidades em ambientes institucionais. Cita, por exemplo, o trabalho em clínicas como psicopedagogo (graduação em Pedagogia com especialização em Psicopedagogia), voltado ao atendimento de pessoas com dificuldades de aprendizagem.

Ela menciona ainda a atuação do pedagogo empresarial no setor de recursos humanos, ministrando treinamentos, e na área da saúde, acompanhando crianças hospitalizadas para assegurar a continuidade do processo de ensino-aprendizagem.

— Os espaços não escolares estão se abrindo para receber esse profissional. Podemos contribuir significativamente para o desenvolvimento humano, o treinamento pessoal e a mediação de dificuldades de aprendizagem e de relacionamento. Se desejarem conhecer um curso diferente, que vai além da atuação na Educação Infantil e nos anos iniciais, convido vocês para uma aula experimental no curso de Pedagogia da Unoesc Chapecó — finaliza Marineiva.

Fonte: Unoesc

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