sábado, junho 21, 2025
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A surpreendente trajetória do Cedro Figor e das pessoas que vêm construindo essa história

A Primevo é uma marca de alimentos que tem como foco principal levar ao consumidor carnes bovina, suína, caprina e ovina, em cortes que valorizam o melhor de cada produto. 

Há 15 anos vem gradativamente se posicionando no mercado como a combinação perfeita entre carnes de qualidade e cortes com padrão de excelência.

“Nós nunca focamos na produção em larga escala, preferimos nos concentrar em fazer com cuidado. Acompanhando a escolha do rebanho, seu trato e manejo, o abate humanizado e a tecnologia embarcada no tipo do corte, embalagem e conservação do produto que vai chegar à mesa de quem aprecia uma boa carne”, é assim que Cléber Scalco, sócio-proprietário do frigorífico, apresenta a marca.

O frigorífico está sediando na catarinense São José do Cedro, por isso, em sua fundação foi batizado com o nome Cedro Frigor em homenagem à cidade. Porém, um projeto arrojado busca o nome certo para representar os produtos feitos com tantos diferenciais. 

Surge assim, a marca Primevo – os proprietários queriam remeter ao primitivo, ao processo atávico que nos trouxe até aqui como humanidade, afinal, somos “animais” diferentes dos outros animais. Então, o que nos fez humanos? O aprendizado com nossos pares, a convivência, a reunião em volta de uma mesa, o calor do fogo, o sabor da refeição a ser servida. A Primevo quer promover esse resgate do antigo em sua rusticidade simples, com a sofisticação do nível dos mais exigentes paladares.

A Primevo é a marca prime do Cedro Frigor, a empresa ainda detém a marca DubonFrig, que atende ao perfil dos demais segmentos do mercado.

O frigorífico vem crescendo numa velocidade impressionante, e a gestão da empresa pretende implantar uma ideia realmente inovadora, um e-commerce de carnes. 

Por se tratar de produto perecível com logística mais delicada, dentro da estratégia de laboratório necessária para validar sua implantação, nasceu a loja Primevo Meat House. Inaugurada em Chapecó, tem parceiros comerciais locais, e encontrou tanto nos colaboradores como nos gestores,   a identificação total com os ideais da marca Primevo. 

Dessa forma, a Primevo está testando essa logística a partir de uma verdadeira boutique de carnes nobres, porém com preços justos, como observam os proprietários.

Além da venda e da distribuição, a Primevo Meat House também servirá para testar a aceitação de outros produtos da linha.

Mas, como toda empresa, ela nasce da determinação e do trabalho de pessoas. E agora vamos voltar no tempo, para contar um pouco da história das pessoas por trás da Primevo e da verdadeira aventura que tem sido trilhar esse caminho de conquistas.

O Cedro Frigor é produto do trabalho incansável de Nadir e Fábio Gheller e de Cléber Scalco que, através de uma fórmula que equilibra talentos e potencialidades, fazem os diferenciais da indústria e da marca.

Como essa é uma história singular, de muitos protagonistas, vamos contá-la no devido tempo.

Nessa edição começamos com o casal Fabíola e Cléber. Na próxima edição, a trajetória de pai e filho, Nadir e Fábio Gheller.

Toda história tem seus atores, ao final dessa trajetória, vamos entender até onde a confiança e a admiração mutuas, baseadas num grande amor podem nos levar.

Ouvindo a narrativa do casal Cléber e Fabíola, lembramos da poesia “Indivisíveis”, de Mário Quintana, que fala de um amor que nasce na infância, amor de toda uma vida: “Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida…”

Não há como ignorar a presença de Fabíola Brescovici quando ela chega em um ambiente. Do alto de seus quase 1,80 m., ela impressiona pela postura, a elegância discreta e pela assertividade em seu melhor conceito: inteligente, firme em suas colocações, direta sem sentir ou causar constrangimento, mesmo ao se posicionar contra o senso comum. Dona de tantos atributos, impossível não se encantar ao ouvi-la, contanto com tanto entusiasmo e paixão sobre a história vivida com o marido Cléber e o caminho que os trouxe até aqui.

Natural de São José do Cedro, filha de migrantes gaúchos, entendemos de onde vem a clareza do raciocínio e a facilidade em colocar suas opiniões. Ela foi criada por um ex-seminarista, graduado em filosofia e teologia, diretor de escola, que formado advogado aos 28 anos, fez uma transição de carreira na docência para o direito e certamente influenciou muito a filha. A mãe de Fabíola era professora, pedagoga e orientadora educacional, trabalhando como servidora pública na área da educação.

Cléber Mercio Scalco, é natural de Guaraciaba e muda-se para São José do Cedro ao 4 anos de idade. O pai de Cléber também ex-seminarista, foi contador da prefeitura e depois vereador no município. Cléber perde a mãe ao 11 anos de idade e o pai ao 16, essas fatalidades lhe conferiram maturidade e atitude independente. 

Aos 14 anos Cléber foi participante do programa Menor Aprendiz, foi triado pelo seu desempenho escolar e encaminhado ao Banco do Brasil, onde começa uma carreira precoce, realizando o primeiro concurso interno e aprovado com apenas 16 anos, ano também de sua emancipação. Pela morte precoce dos pais Cleber foi emancipado aos 16 anos e por sua maioridade civil, com aprovação no concurso e desempenho inquestionável já estava efetivado mesmo sendo tão jovem.

O casal tem 5 anos de diferença de idade, eles se conheceram na adolescência – ela com 13 e ele com 18 anos, nas atividades filantrópicas desenvolvidas quando frequentavam o Léo Clube. “Eu entrei no Léo Clube, pois meus pais sempre foram do Lions, o Cléber por sua vez adorava estar envolvido com a comunidade, desde a escola, ele realizava campeonatos esportivos e teatros. No Léo foi muito atuante, ele teve uma adolescência bem intensa nesse aspecto, pois além da participação nessas ações na escola, no clube de serviço ele também participava das atividades no CTG”. Segundo Fabíola ao conhecer Cléber ela encantou-se pela postura daquele jovem tão impressionante, “ele era inteligente, atuante e generoso, bem-humorado e ainda tocava vários instrumentos musicais, nos tornamos melhores amigos e confidentes.”

“Sou bem mais alta que o Cléber, isso na época para mim e para minha família, era uma espécie de tabu, assim como para toda aquela sociedade, cheguei a falar para ele que meu sonho era encontrar um menino como ele, só que mais alto”, porém pouco antes dela completar 15 anos ela se descobre apaixonada pelo amigo e eles iniciam o namoro que foi proibido pelos pais de Fabíola.

“Sou a filha mais velha, e para a primeira filha mulher, tudo é mais difícil com os pais. Eles me achavam jovem demais para namorar (o que era mesmo), temiam preconceito pela questão da altura, principalmente queriam que eu priorizasse os estudos pois investiriam alto numa formação melhor do que a disponibilizada na rede pública e que focasse na futura faculdade”. 

Mas o namoro persiste, Cléber na sua precoce e ascendente carreira no Banco do Brasil, aceita uma transferência para Blumenau, trabalhando no turno da madrugada, na compensação bancária do CESEC, em concomitância ele inicia o curso superior de direito na FURB.

Nessa época Fabíola muda-se para Florianópolis para finalizar o segundo grau no Colégio Catarinense e depois começa a faculdade de direito na Univali em Biguaçu.

Mesmo sem a permissão dos pais, o namoro continua às escondidas, e quando eles descobrem, ameaçam trazê-la de volta para São José do Cedro, arrependida ela se desculpa com a família e eles realmente rompem a relação.

Porém, o rompimento dura apenas 5 meses, decididos a retomarem o relacionamento, como agora Fabíola era maior de 18 anos, os pais não viam mais sentido de proibi-la de namorar.

Assim a vida segue, com o casal apoiando-se mutuamente, na conclusão do curso de direito e nas decisões profissionais, como por exemplo, quando Cléber decidiu se exonerar do Banco do Brasil.

Ele já estava na eminência de assumir o cargo de gerência de negócios, porém sentia um certo desconforto com a postura da instituição em relação ao seu crescimento na empresa. “Não foi fácil fazer minha faculdade, com a transferência da Furb de Blumenau para a Univali de Biguaçu, cheguei a fazer disciplinas em 6 turmas distintas e por conta de uma matéria que precisei fazer no turno da manhã, conflitando com o horário bancário, acabei perdendo esta vaga de gerência de negócios. Com esta inversão de valores, entendi que ali não era mais o meu lugar”. 

Não é comum ver um jovem deixar uma carreira com bom salário, garantias de estabilidade e aposentadoria, mas Cléber com espírito empreendedor parece não ter se importado com isso, “mesmo posteriormente recebendo a proposta de subgerência do BB, sai do banco com a proposta de estruturar o setor Financeiro de uma empresa de software que estava incubada na Estrutura do Celta da Fundação Certi”.

Um passo muito arriscado, mas absolutamente desafiador, Cléber conheceu a empresa, pois a mesma era cliente da agência do Banco onde ele atuava. Ele aceita o convite de um dos fundadores com a promessa de crescer com o negócio. Cléber viu que a empresa tinha muito futuro pois era dedicada à tecnologia no ramo têxtil. “Lembro que quando chamamos o pessoal do Banco do Brasil para vir instalar o sistema do banco nos computadores da empresa, meu ex-colega de banco viu a “estrutura” do meu novo escritório e me disse: Cara! Não acredito que você trocou sua carreira no banco por isso…”

Mas a “portinha” cresceu, e rápido! Nessa empresa Cléber deu um grande salto profissional, foi crescendo com o projeto e tornou-se um dos grandes executivos do negócio, responsável pelo Financeiro e Controladoria da empresa, que já passou a deter escritórios em Curitiba, São Paulo e em Buenos Aires, além da matriz em Florianópolis.

Cléber e Fabiola se casam em 2003, e tornam-se um casal “cigano”, ele passa a viajar muito, alternando trabalho presencial em todos os escritórios, enquanto constrói uma carreira de sucesso na empresa de tecnologia. Fabíola se forma, abre escritório de advocacia em Florianópolis e começa a atender paralelamente em São Miguel do Oeste, além de também atuar no escritório do pai em São José do Cedro.

“No escritório de Florianópolis além de atender a um público empresarial eu fazia os recursos de Segunda Instância e Tribunais Superiores de vários processos de colegas da região do extremo oeste de Santa Catarina. Com o passar do tempo, meu foco pessoal concentrou-se na área dos direitos sociais também como trabalhista e previdenciária, por isso decidi cursar a escola da magistratura – AMATRA 12, do Tribunal Regional do Trabalho 12º Região de Santa Catarina, pela falta de uma pós-graduação específica que eu queria atuar”. Cinco anos depois passa a contar com escritório em São Miguel do Oeste e São José do Cedro e alterna o atendimento semanal entre as três cidades, cruzando o estado de ponta a ponta incansavelmente.

Vamos abrir um parêntese na história para atualizar o currículo do casal, Cléber, após a faculdade de direito, faz a Escola da Magistratura Catarinense – ESMESC e depois cursa um MBA em finanças corporativas na Fundação Getúlio Vargas.

Fabíola, após a faculdade de Direito cursa escola da magistratura a AMATRA 12, faz pós-graduação em Direito do Trabalho, depois em Direito Previdenciário pela CESUSC em Florianópolis, pós-graduação em Direito Tributário pela Uninter do Paraná e por último formação e especialização em LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) pela Privacy Academy.

Parêntese feito –  nesse momento de crescimento profissional de ambos, surge uma oportunidade inusitada. O ano era 2006 e o Tio de Fabíola, Nadir Gheller, tinha na cidade de São José do Cedro, um supermercado, uma fábrica de embutidos e em obras, um pequeno abatedouro. A retirada de fluxo de caixa dos negócios em operação, para as obras do abatedouro, dá início a uma crise financeira em todos os seus negócios, foi quando ele pede para Cléber uma consultoria para ajudá-lo a sair desta crise.

Após analisar a situação de Nadir, ele o aconselha a vender o supermercado para recuperar sua saúde financeira e buscar um sócio investidor para seguir com o projeto do abatedouro.

Passado um tempo e durante uma visita à família em São José do Cedro, o tio Nadir faz uma proposta à Cléber, para que ele fosse o investidor e continuasse prestando assessoria no negócio, “a proposta veio numa festa em família, e eu aceitei analisar, acredito que devo ter tomado algumas cervejas na ocasião (risos)”. Após fazer a projeção do negócio veio a aceitação definitiva.

Assim, Cléber torna-se o sócio investidor do negócio, com o primo Fábio Gheller, uma vez que o tio Nadir não podia constar no contrato social. Ele ainda mantém seu cargo na empresa de tecnologia, passando a fazer a gestão de maneira remota, alternando com atuação presencial nos finais de semana.

O casal investe todo seu capital no novo negócio e nessa época, quem precisa assumir o sustento da casa é Fabíola, que continua passando uma semana na capital e uma na região oeste.

Segundo Cléber, “foram longos anos nessa loucura de atender os escritórios da empresa de tecnologia, a própria Empresa e de viajar direto, passando somente os finais de semana com a família…. já era hora de mudar. Vi que a promessa crescer com a sociedade da empresa de tecnologia não iria se concretizar, mergulhei então no projeto do abatedouro/frigorífico de corpo e alma”, assim o projeto toma uma dimensão muito maior, e começa a tornar-se a grande empresa que é hoje.

Fabíola agora com a primeira filha, precisou de muita fibra para continuar atendendo os escritórios, cruzando o estado semanalmente e atendendo as contas da família. Sendo o suporte que Cléber precisava. “Eles não tinham caminhão próprio, conseguiram uma boiadeira emprestada de um amigo, que meu tio e meu primo Fábio usavam para negociar e transportar o gado, tinham um pequeno caminhão câmera fria para entrega do gado e uma Fiorino adaptada para entrega de embutidos na região. O Cléber chegou a dirigir esta Fiorino e treinar os vendedores in loco nos clientes. Ele passou a fazer venda de salame e linguiça pronta entrega de estabelecimento em estabelecimento”

Cléber lembra que ele e Fábio dividiam uma mesma mesa, “cada um ficava em uma ponta da mesma mesa, Nosso escritório, somados o banheiro e o vestiário dos funcionários não dava mais do que 30 m², tive um “dejavu” da minha primeira mesa de trabalho na empresa de tecnologia, e pensei: vamos lá, começar tudo de novo”.

Mas Cléber já tinha todos os planos na cabeça ele nunca duvidou da concretização de cada um dos sonhos que teve em relação ao negócio. Segundo Fabíola,  “o Cléber sempre teve uma certeza inabalável, para ele era só questão de tempo, e eu sempre tive muita fé na visão dele e na competência para realizá-la por isso passei por todos os sacrifícios e privações que na época foram necessários. Sou obstinada em apoiá-lo.”

Nesse processo de desenvolvimento, a figura do filho de Nadir, Fábio Gheller foi fundamental. “Sou o investidor pensante, como todos falam. Eu trabalho na nuvem viajando alto (planejamento estratégico para mim)”, mas para eu poder racionalizar o negócio, a presença e a competência operativa do meu sócio Fábio são imprescindíveis, Ele é a prática em excelência. Sem falar do tio Nadir, o 1º sonhador disto tudo, sempre nos mantendo motivados”, eles são a simbiose perfeita, sócios na melhor definição da palavra, pois se complementam e desempenham suas funções acelerando os processos e o crescimento da empresa. 

Foram necessários três anos até atingir o ponto de equilíbrio financeiro, um período de lucros, a conclusão do primeiro projeto de expansão, a conquista do selo sanitário SISBI, e a nova marca “Primevo”. 

Atualmente, está em fase final a 2ª expansão do parque industrial. A nova estrutura, hoje com cerca de 3.800 m², num terreno de 43 mil metros quadrados dá um pouco de dimensão do quanto os sonhos se concretizaram, mas para Cléber, que ainda frequenta muito a sua nuvem, amparado pelo sócio Fábio em terra firme, esse é só o começo.

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