
Santa Catarina caminha sozinha — e resiste. Essa é a mensagem direta e carregada de emoção deixada por Paulinho Bornhausen, Secretário de Estado da Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, durante participação em podcast do ClicRDC hoje, sexta-feira (04). Em tom firme, ele criticou o distanciamento do governo federal em relação ao Estado e destacou a força do povo catarinense em seguir prosperando mesmo diante da indiferença de Brasília.
“Isso é a história de Santa Catarina. Mas o mais importante é que o Estado segue se destacando, liderando em vários setores, graças à qualidade do seu povo e dos governos que teve”, afirmou.
Oeste em foco: Chapecó como centro estratégico
Durante a conversa, Bornhausen destacou a importância da região Oeste, em especial Chapecó, para a economia catarinense. Ele frisou que a produção local e o espírito empreendedor da população sustentam o desenvolvimento regional.
“Estamos aqui em uma das regiões mais importantes do Estado. Santa Catarina é feita de minifúndios, de milhares de famílias que produzem riqueza e vivem da agricultura”, ressaltou o secretário.
Segundo ele, o Estado se transformou em um exemplo de autonomia e empreendedorismo, com destaque para os microempreendedores e pequenas empresas que mantêm a economia em ritmo acelerado.
Jorginho Mello: liderança que rompe com a passividade
Ao comentar a gestão atual, Bornhausen não economizou elogios ao governador Jorginho Mello. Ele apontou que o chefe do Executivo estadual tem sido um símbolo de resistência e de visão a longo prazo, especialmente diante do que considera um cenário de “desacerto econômico” no Brasil.
“Santa Catarina tem um governador do Oeste. Depois de quase cem anos, a região tem alguém que conhece suas demandas e trabalha por elas”, declarou.
“Enquanto Brasília pensa no poder pelo poder, Jorginho pensa no que o Brasil precisa”, completou.
Internacionalização e grandes projetos de infraestrutura
O secretário destacou também o papel de sua pasta na abertura de novos mercados internacionais para produtos catarinenses. Ele citou que Santa Catarina está se “internacionalizando” com voos diretos para países como Panamá, Chile e Argentina — e se conectando com o mundo, ignorando a ausência de apoio federal.
“Hoje, temos mais voos para Santiago do que para Brasília”, provocou.
Bornhausen mencionou ainda projetos estruturantes de longo prazo em andamento, como ferrovias, rodovias e aeroportos, com parcerias que visam a captação de investimentos internacionais, já que nem o governo federal nem os estados, segundo ele, têm capacidade financeira para bancar tudo sozinhos.
Educação, inovação e visão de futuro
A pauta educacional também foi destaque. O secretário reforçou a importância da formação técnica e superior como chave para a geração de renda e avanço social. Segundo ele, profissionais com ensino médio completo ganham mais do que os com ensino superior incompleto, e o programa Universidade Gratuita do Estado busca mudar essa realidade.
Ele ainda relembrou sua participação no planejamento do Pollen Parque Científico e Tecnológico de Chapecó, entre 2011 e 2014, ressaltando o orgulho de ter contribuído para um dos mais destacados espaços de tecnologia e empreendedorismo do Brasil.
“Santa Catarina não pode perder o momento que está sendo construído. Precisamos organizar a fila do ônibus: se todos tentarem entrar de uma vez, nada anda. Mas se houver diálogo, podemos planejar as próximas décadas”, concluiu.
Com firmeza, Bornhausen deixou um recado claro: a força de Santa Catarina está na união das regiões, na liderança do Estado e na capacidade do povo de resistir — com ou sem Brasília.