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Deputada catarinense sofre comentários ofensivos devido ao seu traje na cerimônia de posse da Assembleia Legislativa

Nesta segunda-feira (4), a deputada Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT) informou que vai representar na Justiça contra os comentários ofensivos que vem recebendo nas redes sociais desde sexta-feira (1), devido ao decote que usou na cerimônia de posse da Assembleia Legislativa.

Deputada Paulinha na cerimônia de posse na sexta-feira (1) (Foto: Diorgenes Pandini)

“Todos os comentários que estão dentro do limite do respeito, ainda que críticos, não me incomodam. Quanto aos que foram de fato ofensivos, tomarei providências” informou a deputada.

Durante o fim de semana, Paulinha diz ter recebido mensagens de diversos advogados que se ofereceram para cuidar das representações gratuitamente. Ela pretende registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. Houve mensagens com conteúdo de violência sexual, inclusive com menção a estupro.

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A parlamentar diz que as indenizações recebidas por eventuais condenações dos ofensores na Justiça serão doadas a instituições de apoio para mulheres agredidas.

Paulinha na posse(Foto: Reprodução Facebook)

A deputada Ana Paula da Silva concedeu uma entrevista a jornalista Dagmara Spautz, da NSC Total onde afirma que “Mulheres estão na política e a sociedade tem que se acostumar com elas como são”.

Qual foi sua reação aos comentários?

Printamos (copiamos) e vamos avaliar. Os mais maliciosos eu fiz questão de apagar, porque nenhuma mulher merece receber esses comentários. Não acho que estava inadequado. Temos um fórum suprapatidário de mulheres, e conversamos sobre isso depois. A participação das mulheres na política é tão minúscula, somos tão poucas, por isso causamos essa reação. Mulheres se vestem de todas as maneiras, só que não estão representadas no poder.

Te surpreendeu?

Sempre usei roupa justa, sapato alto, decote. Achei que as pessoas iam falar do vermelho, mas só se concentraram no decote. As mulheres têm peito e eu tenho peito grande, sempre fui assim. Não é agora, que virei deputada, que vou virar outra mulher. Não estou aí para ser avaliada por isso. A sociedade de Bombinhas me avaliou pelo meu trabalho. O jeito como me visto é problema meu. Santa Catarina tem um dos números mais agressivos de violência contra a mulher, e ninguém assume que isso é preconceito. É nessas situações que ele aflora. Vou responder a essa situação, é um grande momento pra trazermos essa pauta da violência contra a mulher. Por mais que alguém achasse minha roupa imprópria, e poderia até não gostar, mas isso está dentro dos limites da diferença. Ninguém pode me julgar moralmente, trazer comentários negativos por isso. Há mais mulheres com decotes, mas como política não é um ambiente para nós, veio esse clamor todo.

A escolha da roupa foi um protesto?

Não exatamente um protesto, mas uma forma de dizer que sou mulher e que represento muitas, todas, e temos liberdade e independência sobre nossas escolhas. Sou feminista convicta e transmito esse recado quando tenho essa oportunidade. O recado foi dado, mulheres estão na política e a sociedade tem que se acostumar com elas como são. Tem questões muito mais importantes para a Assembleia Legislativa discutir.

​*Informações Diário Catarinense

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