sexta-feira, junho 6, 2025
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Zambelli, Léo Lins e Poze do Rodo: uma cadeia para cada gosto

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: ClicRDC

Depois de condenada pelo STF a 10 anos de cadeia por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que deixou o Brasil ontem (3). A Procuradoria-Geral da República pediu a inclusão dela na lista da Interpol, mas ela diz que, na Itália, não a prenderão, por ser uma cidadã do país.

O comediante Léo Lins foi condenado ontem a oito anos de prisão por piadas preconceituosas contra grupos minoritários. A decisão gerou debate nas redes sociais, entre argumentos de “respeito às pessoas” e “liberdade de expressão”. Enquanto isso, o cantor de funk e trap MC Poze do Rodo teve seu habeas corpus concedido ontem, depois de cinco dias na prisão. A sua saída foi marcada por uma multidão de fãs na porta, incluindo o também cantor Oruam subindo em um ônibus.

O que os três casos, bem compilados pela newsletter The News, tem em comum? A cadeia, obviamente. Entretanto, temos gostos diferentes em cada uma dessas prisões, e ao meu ver, existe apenas um erro em um destes casos. Se você pensou que o erro foi o habeas corpus para Poze do Rodo, então pensamos a mesma coisa.

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Zambelli deve ter o seu mandato cassado e cumprir devidamente a pena arbitrada a ela pelos exageros cometidos em nome da manutenção do grupo político bolsonarista através do exercício arbitrário das próprias razões, ou seja, por querer fazer justiça pelas próprias mãos. Tenho minhas discordâncias com o ministro Alexandre de Moraes, agora, invadir um sistema para colocar um mandado de prisão falso contra ele é demais!

Léo Lins poderia estar sem nenhum processo na Justiça por conta das piadas que faz se houvesse ordem expressa para que seus shows não fossem gravados. Sou a favor da liberdade criativa para que, quem quiser fazer o famoso “humor negro”, o faça livremente e ganhe dinheiro com isso. Entretanto, é necessário ter restrições de divulgação. Lembrando que Léo chegou a fazer piada com a campanha Teleton trabalhando na rede de TV que promove a iniciativa, que é o SBT.

Quanto a Poze do Rodo, eu me senti um panaca ao ver o Oruam dançando em cima do ônibus ontem à tarde no Rio de Janeiro. Parecia que eu usava um nariz de palhaço na frente da tela, com todo respeito à essa nobre profissão. Não basta o Poze orientar às crianças que não cantem as músicas que ele fazia no período em que era ligado ao Comando Vermelho, e continuar cantando para os adultos! Tem que virar a chave, e porque não virou, a cadeia veio, e não deveria ter deixado de ser a realidade do MC tão cedo.

Recadinhos

  • O Brasil não é um país em que você possa confiar, em alguns casos no Estado e no Poder Judiciário. Inclusive, há grandes diferenças entre uma unidade da federação e outra quanto à estrutura governamental e judiciária.
  • Duvido muito que, em Santa Catarina, haveria a cessão do habeas corpus ao MC Poze do Rodo. Mas no Rio de Janeiro nos parece que a lei é diferente, pelo menos a sua execução.
  • Nosso problema não é apenas o cumprimento da lei, é a ineficiência da ressocialização dentro do nosso sistema prisional, mesmo em Chapecó, que possui um dos melhores complexos penitenciários do Brasil.
  • A 5ª fase da Operação Sodalitas Finis, deflagrada hoje (4), cumpriu uma parte dos 43 mandados de prisão preventiva dentro do complexo penitenciário. Por que? Quando vão restringir as comunicações entre presos e faccionados do lado de fora?
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