Na terça-feira (20), me deparei com correções do piloto de avião Eduardo Pellizzaro, compartilhadas por colegas jornalistas da região de Concórdia, ao mecânico internacional de aeronaves Lito Souza, do canal Aviões e Músicas do YouTube, após um vídeo que explica o acidente duplo conhecido como Caso EEQ e JYG, ocorrido em 23 de setembro de 1981, quando dois aviões Piper Navajo caíram em condições meteorológicas semelhantes, com poucos minutos e quilômetros de diferença entre eles, em Concórdia e Seara.
Entretanto, havia, sim, auxílio por instrumentos em Concórdia. Conforme o piloto Pellizzaro, a Sadia havia financiado um radiofarol não direcional (NDB), como também um serviço de rádio no município, informação comprovada por cartas da época. Para Eduardo, em condições de degradação meteorológica severa, considerando o relevo e as condições climáticas da nossa região, nenhuma das aeronaves ousaria prosseguir ao Oeste Catarinense naquela época se não houvesse, de fato, nenhum auxílio por aqui.
Cabe também lembrar que as Organizações Fontana, que tiveram a Sadia como principal empresa, também tiveram a TransBrasil, companhia aérea nacional que nasceu depois da experiência adquirida pela agroindústria para transporte de mercadorias. Após as correções de Pellizzaro terem sido replicadas por moradores de Concórdia nas redes sociais, cobrando de Lito a correção, o mecânico aéreo se comprometeu a fazer as correções no seu vídeo sobre o duplo acidente.
Cito esse exemplo para reforçar a necessidade de nós, enquanto oestinos, sermos protagonistas das contações de nossas histórias. Temos todas as condições de fazer grandes produções cinematográficas, pesquisas bibliográficas e científicas robustas, eventos e conteúdos que chamem a atenção do Brasil e do mundo sobre o que vivemos. Obviamente que o apoio vindo de fora é muito bem-vindo, tanto que Lito Souza já palestrou em Chapecó e nos elogiou muito enquanto comunidade, mas podemos ser mais caseiros!
O preço que faz o governo não reajustar o IR por completo
Nem tudo que está defasado recebe reajuste. No caso do Imposto de Renda, atualizar toda a tabela custaria mais de R$ 100 bilhões por ano, conforme a newsletter The News. Já tendo avisado que essa conta não fecha, o governo federal decidiu focar só onde o impacto político e social é maior: a base. Isso reduz o impacto da receita para apenas 25% desse valor.
O governo propôs ao Congresso uma nova regra para o Imposto de Renda, válida a partir do ano que vem. Segundo a proposta, quem faz até R$ 5 mil por mês não vai pagar mais IR; quem faz entre R$ 5 mil e R$ 7 mil vai ter um desconto parcial; e quem faz mais de R$ 7 mil continua pagando do jeito que já paga hoje. Com isso, no fim das contas, 10 milhões de pessoas deixariam de pagar Imposto de Renda no país.
A tabela do IR não é reajustada de verdade desde 1996, e segundo o Dieese, ela já está defasada em mais de 150%. Esses R$ 25 bilhões a menos na arrecadação devem ser compensados com mais impostos para os super ricos, que são considerados quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. Mesmo assim, o projeto impõe um teto: o total cobrado não pode passar de 34% para empresas, e 45% para instituições financeiras.
Recadinhos
- Mais de 16 milhões de documentos sobre convênios e emendas foram retirados do ar pelo governo federal na terça-feira, num ato que deve levantar a suspeita da população.
- Conforme o The News, a justificativa é a proteção de dados pessoais, com base na Lei Geral de Proteção de Dados, mas a Advocacia Geral da União afirma que o parecer não impede a divulgação.
- Xuxa, Chitãozinho & Xororó, Alceu Valença e Fernanda Torres foram condecorados na terça-feira com a Ordem do Mérito Cultural do governo federal. A premiação estava suspensa desde 2019.
- A grande insensatez da premiação foi a condecoração da primeira-dama do país, Janja, com o grau máximo da Ordem. Sem comentários.
