sexta-feira, janeiro 24, 2025
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Precisamos falar sobre suicídio

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: Jornalista André Lazzari

Ouça a coluna:

Em Chapecó, ocorrem mais suicídios do que homicídios há alguns anos. Em 2022, por exemplo, conforme dados publicados pela Prefeitura de Chapecó, houveram 37 suicídios contra 33 homicídios. Esses números estão no inverso da realidade nacional, onde foram registrados 11.680 suicídios em 2023, contra 46,3 mil homicídios. Esse é um sintoma grave da abundância que existe de doenças mentais na capital do Oeste. Neste Janeiro Branco, mês de consicentização sobre a saúde mental, precisamos falar sobre o suicídio.

Conforme a Universidade de Campinas (Unicamp), 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram em tirar a própria vida, enquanto que 4,8% dos brasileiros já planejou um suicídio. Isso significa que de cada 877 planejamentos, apenas um se concretiza, graças ao trabalho de instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que trabalha na prevenção do suicídio e no apoio emocional em todo o país.

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Para o CVV, a primeira medida preventiva é a educação, principalmente quanto à necessidade de incentivar a informação e a conversa franca sobre o suicídio na imprensa, de forma adequada, assim como nos estabelecimentos de ensino, nos grupos familiares e em organizações da sociedade civil.

Mas, o que leva uma pessoa a se matar? Segundo o CVV, nunca é um único fato isolado que irá levar uma pessoa a querer tirar a própria vida. Primeiro, ela se sente só, em um isolamento insuportável. Em muitos, também há um sentimento de revidar nos outros o sentimento negativo vivido naquele momento. Outras pessoas querem simplesmente desaparecer, fugir de onde estão buscando um lugar melhor, mas em quase todos os casos, o desejo de morrer não é direto, e sim o de interromper o sofrimento imediatamente.

Pensar no suicídio é algo que faz parte da natureza humana, conforme o CVV. O impulso suicida também é natural, porém, é mais comum em pessoas emocionalmente fragilizadas diante de situações graves. Entretanto, o instinto de sobrevivência, também natural, busca despertar a vontade de viver no momento em que o desejo pelo fim imediato da dor aflora, e é nesse momento que muitos conseguem forças para buscar ajuda. Também entendo e creio que a fé em Jesus e a oração tem o poder de cura divina e auxílio nestas situações.

A importância do cuidado contínuo com a saúde mental é enorme, pois, com os exames e consultas em dia, você está prevenindo o suicídio e aprendendo como ajudar outras pessoas, até porque, é muito comum a presença de transtornos mentais em pessoas que tentam ou cometem suicídio. Portanto, se você possui sintomas de depressão, dependência química ou esquizofrenia, por mais leves que sejam, procure imediatamente ajuda médica e inicie um tratamento.

Recadinhos

  • Conforme o CVV, os homens cometem mais suicídios do que as mulheres, mas elas tentam mais vezes tirar a própria vida do que eles. Se a pessoa é da comunidade LGBTQIAP+, o índice de tentativas e suicídios consumados é bem maior.
  • O posto de atendimento do CVV em Chapecó está com uma grave crise de pessoal. Faltam voluntários para atender os telefonemas que chegam da região através do 188.
  • Há uma campanha em andamento para que pessoas interessadas em fazer a escuta dos usuários do serviço se dediquem quatro horas por semana como voluntários, para manutenção dessa importante iniciativa.
  • Se você quer fazer parte do CVV, acesse cvv.org.br e clique no botão “Voluntários”, faça o seu cadastro, e selecione o posto de Chapecó. Antes de começar os trabalhos, você receberá uma capacitação para entender a forma do atendimento.
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