O assunto regional de maior destaque no fim de semana do Oeste Catarinense foi, sem dúvida, o homem que foi filmado deitado no chão enquanto esperava atendimento na UPA 24h de Chapecó, localizado no bairro Presidente Médici, na tarde de sexta-feira (2). Os comentários foram centenas, e compilamos alguns para mostrar a diversidade de opiniões sobre a situação da saúde em Chapecó.
Para alguns cidadãos, o atendimento na UPA 24h tem que melhorar: “atende rápido, mas liberam os pacientes sem se preocupar se melhoraram. Os médicos nem examinam os pacientes, falta de responsabilidade”. Outro comentário lembra do caso João Maria, do homem que morreu esperando atendimento no Pronto Socorro do HRO no mês passado: “É sempre a mesma história, com o paciente que morreu no Regional eles também seguiram os protocolos”.
Uma das cidadãs elogiou o trabalho da UPA 24h: “tenho certeza que muitas pessoas vão até a UPA para pegar um atestado. Hoje, infelizmente, o povo não quer mais trabalhar, e aí acaba tendo muita gente, e realmente quem precisa padece”. Outra cidadã complementou, afirmando que no fim de semana esse tipo de solicitações aumenta na unidade de saúde.
Uma cidadã reclamou da falta de paracetamol na unidade de saúde provisória do bairro São Cristóvão ocorrida durante a semana passada. Outro internauta expressou seu ponto de vista: “Não consigo entender o ‘mão de alface’. Conheço pessoas desde pequeno que sempre dependeram dos postos de saúde e da UPA, e agora só criticam por motivos políticos. Tão ganhando dinheiro?”
Entre os indignados, um internauta foi ácido: “A saúde de Chapecó está virando um açougue: caiu lá, morre. Nenhum vereador vai atrás porque tem rabo preso com o prefeito, não podem falar nada na mídia. A saúde de Chapecó é a pior do Estado”. Um cidadão afirmou que a situação da UPA 24h estar sobrecarregada na sexta-feira à tarde pode ter sido por causa dos postos de saúde terem ficado fechados por conta do ponto facultativo.
A polarização política, obviamente, é infaltável: “Deveriam trazer o Bolsonaro para se tratar em Chapecó, né? Principalmente no Hospital Regional, já que o governador é PL e aqui é um estado do agro!”, afirmou um internauta. Outro cidadão afirma que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), “só vai nos horários de manhã” nos locais de saúde: “Vai ver se a noite ele vem passar ver a situação que se passa, as pessoas chegam na UPA e ficam três, quatro horas e muito mais para serem atendidos, está é a grande verdade”.
Esses são 10 de centenas de comentários sobre um assunto que apenas será resolvido se todos os envolvidos colaborarem: poder público, iniciativa privada e, principalmente, a comunidade, tomando a iniciativa de buscar a prevenção de doenças, a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável. Entretanto, tenho que concordar com a tese da sobrecarga da UPA 24h na sexta-feira por causa do fechamento dos postos de saúde. O cuidado com a população não pode ter ponto facultativo, na minha opinião.
Recadinhos
- O perfil do Instagram Chapecó Critica, que postou o vídeo, também lançou um editorial para defender seu ponto de vista sobre o assunto
- Os administradores do perfil afirmam que o caso é “resultado direto da escassez de profissionais e de investimentos — consequência da política de austeridade fiscal”.
- Para o Chapecó Critica, o neoliberalismo impõe que o Estado “não pode gastar com saúde, educação e outros serviços básicos à classe trabalhadora, mas pode sempre gastar com o pagamento de juros a banqueiros…”
- Outro trecho do editorial afirma que, diante do colapso dos serviços, “a única resposta que vem de prefeitos e governos de direita e de outras forças a serviço da burguesia é o ataque aos próprios profissionais da saúde”.
