
A sessão de ontem (6) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) teve um forte debate sobre a situação da alta ocupação dos leitos de Terapia Intensiva no Estado. Conforme dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina, hoje (7), às sete da manhã, dos 1.434 leitos de UTI existentes no Estado, apenas 125 estão livres, mostrando uma ocupação total de 91,3%. No Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó, dos 48 leitos de UTI disponíveis, apenas três estão vagos.
Representantes do PT e do PSD demonstraram preocupação com o quadro atual, uma vez que o estado ainda não atingiu o pico das doenças respiratórias. Segundo Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde da Alesc, o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave é a principal causa da elevação da taxa de ocupação: “Dos 755 casos registrados em abril, 150 deles precisaram de UTI”.
Neodi pediu uma ação imediata do Governo Estadual: “Sugiro que o estado faça a contratação emergencial de mais leitos de UTIs, principalmente nas regiões mais afetadas, nesse ritmo serão necessários mais leitos, seria uma forma de prevenir, formando parcerias com hospitais privados que possam colocar mais leitos disponíveis”, indicou o ex-prefeito de Concórdia.
Mário Motta (PSD) apoiou o colega e relatou uma conversa que manteve com o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, onde confessou dificuldades para contratar leitos na rede privada e filantrópica: “Este ano ainda não chegamos ao pico das doenças respiratórias, sem dúvida a vacinação contra a gripe de crianças e pessoas idosas é importante”.
Motta pediu ainda apoio para campanha de construção de casas de acolhimento para pacientes que estão fora dos seus domicílios da Associação Amigos da Saúde, fundada há 16 anos por Gasparino Rodrigues, de Gravatal, mas que reside em Florianópolis desde os anos 1980. Mário contou a história pessoal de Gasparino, que acompanhou a esposa no tratamento que fez na Capital, constatando assim a dificuldade dos acompanhantes de pacientes no chamado Tratamento Fora do Domicílio.
Compensação ambiental
O Plenário da Alesc aprovou ontem um projeto de lei que visa oferecer mais opções de compensação ambiental para casos de autuação por desmatamento sem autorização. A proposta, de autoria do deputado Oscar Gutz (PL), passará pela votação da Redação Final antes de seguir para análise do governador. O projeto de lei altera o Código Estadual do Meio Ambiente para oferecer ao infrator duas opções de compensação ambiental em casos de corte de vegetação, em área passível de corte, sem a devida autorização ambiental.
Conforme o texto aprovado, o autuado poderá, a critério, optar por compensação por meio da recomposição de área já degradada ou pela preservação de área com vegetação nativa que poderia estar sujeita a desmatamento. Essas opções, no entanto, não valem para áreas de preservação permanente, devendo o autuado recuperar a área danificada, salvo em casos de atividades de baixo impacto permitido por lei.
Recadinhos
* Mesmo com mais brasileiros nas escolas, 29% dos adultos entre 15 e 64 anos ainda não entendem um texto simples ou tem dificuldades com contas básicas, o chamado Analfabetismo Funcional.
* Conforme a newsletter The News, o que chama ainda mais atenção é o fato desse número praticamente não ter alterado desde 2018.
* Entre 2013 e 2022, as despesas públicas com educação cresceram 8%. Só em 2022, foram R$ 490 bilhões destinados à educação básica, o maior valor do período, e equivalente a 4,9% do PIB.
* Esse é um problema gravíssimo da nossa sociedade, e que já abordamos outras vezes na coluna, além de ser uma prova da falta de gestão e cuidado com o dinheiro público por parte do atual Governo Federal.