terça-feira, novembro 26, 2024
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O que o DNIT quer para as BRs do Oeste?

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari sobre as ações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Foto: Jornalista André Lazzari

Ouça a coluna

A primeira pauta da reunião da Bancada do Oeste da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) em Chapecó, no âmbito do projeto Alesc Itinerante, foi a fala do superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina, Alysson de Andrade. Ele afirma que é ‘uma falácia’ a ideia de que, para cada R$ 10 em impostos federais pagos pelo Oeste Catarinense, menos de R$ 1 retorna à região. Segundo ele, Santa Catarina possui a maior carteira de contratos do DNIT no país.

Alysson também comentou sobre a adequação da BR-163, no trecho entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira, atualmente em execução, com um investimento total de R$ 316 milhões. Esta é a única obra do DNIT em andamento no Oeste Catarinense. Para adequação de capacidade das BRs 158 e 282, o departamento não colocou um único real. Fica a pergunta: o que adianta o DNIT ter a maior carteira de contratos do país em SC se a rodovia federal mais problemática do Estado não recebeu investimentos?

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Em um mapa apresentado por Alysson, percebe-se que sua avaliação está desconectada da realidade. Conforme o DNIT, o trecho da BR-282 entre Maravilha e Irani é apontado pelo departamento como em bom estado de conservação. Definitivamente, essa avaliação não condiz com a realidade observada na rodovia. Imagens e vídeos enviados pelo ouvinte da Condá FM, Gilmar Tonini, mostram a péssima qualidade do recapeamento realizado no trecho entre Chapecó e Nova Itaberaba.

No mesmo mapa, é apontado que a BR-158, entre Cunha Porã e a divisa com o Rio Grande do Sul, está considerada em mau estado de conservação. A maior parte do trecho catarinense da BR-153, que atende parte das regiões do Alto Irani e Alto Uruguai, é considerada pelo DNIT como o pior trecho de rodovias federais do Estado. Ainda assim, o departamento afirma que já gastou um recorde de R$ 543 milhões em manutenção das rodovias neste ano em Santa Catarina.

Alysson, por fim, fala sobre a duplicação da BR-282 entre Lages e o entroncamento entre a BR-163. Ele prevê que o projeto executivo da obra será iniciado em maio de 2028. A extensão da duplicação será de 427 km, e custaria R$ 2,8 bilhões, conforme o DNIT. Para a BR-163, mais R$ 300 milhões em investimentos são previstos para a adequação do trecho entre São Miguel do Oeste e o noroeste do RS, que totaliza 57 km. O pacote inclui a construção da ponte entre Itapiranga e Barra do Guarita (RS).

O superintendente estadual do DNIT encerrou sua fala citando uma frase de Ayrton Senna, cujo significado pode ser debatido em relação à realidade enfrentada pela população. Todas estas obras estão há décadas atrasadas. Foi necessário muito esforço político para que, finalmente, algo concreto fosse feito em benefício do povo do Oeste na infraestrutura rodoviária federal. Se agradece por respeito, mas a insatisfação do povo será expressa todos os dias, até a inauguração das obras anunciadas.

Recadinhos

  • O deputado estadual Jair Miotto (União Brasil) pediu um ofício para que a Bancada Catarinense no Congresso Nacional repasse emendas parlamentares para aumentar o orçamento para as obras nas BRs do Oeste.
  • Luciane Carminatti (PT), presidente da Bancada do Oeste, criticou a falta de iluminação nos trevos de acesso aos municípios da região, exceto nos trechos recentemente construídos, como o elevado de acesso a Chapecó.
  • A deputada parabenizou o superintendente Alysson pela eficiência na manutenção e restauração dos trechos da BR-282 e da BR-163. Ela afirmou que no governo federal anterior, a União estava de costas para as rodovias federais de SC.
  • A reunião da Bancada do Oeste também tratou das rodovias estaduais. Jerry Comper, secretário de Estado da Infraestrutura, expôs as obras em andamento nas SCs da região e atendeu as indagações dos deputados da Bancada do Oeste.
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