
Ouça a coluna:
Ontem (21), faleceu o 266º líder da Igreja Católica Romana. Jorge Bergoglio, que desde março de 2013 o chamávamos de Papa Francisco, nos deixou aos 88 anos, e entre os muitos fatos curiosos que sua vida deixou para nos foi o fato de, em 12 anos de pontificado, nunca ter visitado sua terra natal, a Argentina.
Jesus disse em Marcos 6:4 que “O profeta não está sem honra, exceto na sua própria terra, e entre os seus próprios parentes, e na sua própria casa” (versão King James fiel). Entretanto, correntes teológicas defendem que João Batista teria sido o último profeta, logo, o Papa não o seria. Por isso o título desta edição da coluna é assim, inclusive em respeito aos papas que foram admirados em suas terras natais.
Obviamente, o respeito não ter ocorrido da maneira como Francisco desejava na Argentina se dá muito devido às pautas políticas defendidas pelo Papa, o que se acirrou após a eleição de Javier Milei como presidente do país; e não adianta: a ideologia, sim, influencia a aceitação de uma manifestação religiosa na opinião pública. Do contrário, não haveria tantas discussões políticas entre evangélicos, que são uma das principais motivações para a pluralidade de denominações que existem nesta ramificação do cristianismo.
No entanto, vejo que faltou ao Papa argentino uma atitude de coragem para com seus conterrâneos, principalmente pelo cumprimento da missão que Jesus deu a todos os cristãos: a pregação do Evangelho. Uma visita à Argentina iria fazê-lo enfrentar muitos desafios, mas, ao mesmo tempo, seria uma espécie de redenção para os fiéis católicos do país vizinho, até porque a Argentina é menos evangelizada do que o Brasil, tanto na parte católica quanto na parte evangélica.
A todos nós é dada a vida como um tempo de oportunidade para retomarmos nosso relacionamento com Deus, e buscarmos ser íntimos dele enquanto vivemos nesta Terra por meio da fé e da obediência a Jesus. Esta oportunidade foi dada a Jorge Bergoglio da mesma forma que a todos nós, portanto, que não pensemos nela apenas “uma vez a cada morte de Papa”.
The Economist à caça de Moraes
Em um embate que chamou a atenção até no exterior, o Supremo Tribunal Federal se pronunciou após críticas da revista britânica The Economist sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde o ano passado, o The Economist não poupa críticas ao Brasil, apontando que, “Bolsonaro, um agitador de extrema-direita, supostamente planejou um golpe para permanecer no poder”, mas que a democracia brasileira também tem “outro problema: juízes com poder excessivo”.
Conforme a newsletter The News, a revista sugeriu que o ex-presidente deveria ser julgado pelo plenário da Corte, com todos os 11 ministros, e não apenas pelos cinco ministros da Primeira Turma. Luís Roberto Barroso, presidente do STF, defendeu que o julgamento pela turma segue as normas previstas pela Constituição e pela legislação brasileira, não havendo qualquer irregularidade na decisão.
Recadinhos
*Domingo (20), completou 10 anos da ocorrência do tornado em Xanxerê. Os ventos chegaram a 254 km/h, quatro pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas.
*No programa Primeira Hora da Condá FM de hoje (22), Eduardo Prado relembrou a cobertura da tragédia, e destacou a surpreendente solidariedade do povo chapecoense naquela ocasião.
*A capital do Oeste ficou 20 horas sem energia. Assim que a luz voltou, ao meio-dia do feriado de Tiradentes de 2015, milhares de pessoas se mobilizaram para ajudar os amigos xanxerenses.
* Prado bem lembrou, e vale ressaltar: ao contrário do que o governo Lula (PT) fez com as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado, o governo de Dilma Rousseff (PT) cumpriu todas as promessas de reconstrução feitas à Xanxerê.