
A vereadora Sueli Suttili (PSD) assumiu interinamente o cargo de prefeita de Chapecó, desde as 8h desta terça-feira (23), até a meia-noite de sexta-feira (26). Ela fica temporariamente, pela segunda vez neste ano, no lugar do prefeito João Rodrigues, que pediu licença para tratar de assuntos particulares. O atual vice-prefeito Itamar Agnoletto (PP), e o presidente da Câmara de Vereadores, André Kovaleski (PL), que estavam na linha sucessória, também pediram licença.
Sueli assumiu a presidência da Câmara ontem (22), e agora assume o Executivo. A presidência do Legislativo foi transmitida para a vereadora Marcilei Vignatti às 14h desta terça-feira. Ela, que está no terceiro mandato de legisladora municipal, também é presidente licenciada da Federação das Câmaras de Vereadores de Santa Catarina (Uvesc).
Veja a importância que teve, nas últimas eleições municipais, o recorde de quatro mulheres eleitas para o Legislativo em Chapecó. Com representantes da base e da oposição, a bancada feminina fez história, e tem resultados para apresentar. Agora fica a dúvida: será que o eleitor irá reconhecer esse trabalho? A participação de mulheres na política chapecoense irá diminuir, aumentar ou se manter? Não depende só do voto.
Agenda com sabedoria
Nesses quatro dias em que Sueli estará como prefeita interina, ela disse que pretende receber demandas, ouvir a população e realizar visitas em obras, como a do Centro de Educação e Esporte do bairro Esplanada. Ela é a segunda mulher a assumir o executivo (a primeira foi Ulda Baldissera, em 2006) e a primeira a assumir duas vezes a Prefeitura de Chapecó.
Apesar de ser uma agenda curta, acredito que Sutilli esteja fazendo a coisa correta. Obviamente, isso ajudará na busca por uma reeleição, se ela assim desejar. Mas antes de tudo, serve como exemplo para as atuais pré-candidatas à Câmara de Vereadores. A mulher que quer entrar na política precisa “bater perna” depois de eleita. Precisa ir até o eleitor e buscar as demandas na fonte, não seguindo o exemplo de muitos pares homens que ficam acomodados nos gabinetes.
É hora de mudar a frase
Uma das frases mais comuns que envolvem o empoderamento feminino é o “Agora que são elas”. Mas na política, sempre poderiam ser elas. Faltou, historicamente, oportunidades para que mulheres sábias, com vontade de servir às comunidades e fazer história, participassem da política. De Giorgia Meloni na direita da Itália, governando como primeira-ministra; a Cláudia Sheinbaum, presidente eleita do México. Os atuais exemplos de liderança política feminina foram possíveis no mundo após muita resiliência.
Antes do século 21, poucas mulheres, a exemplo de Margaret Thatcher no Reino Unido, tiveram a oportunidade de dar a palavra final a um povo. Tenho como melhores exemplos de liderança política feminina duas grandes mulheres da Bíblia: a juíza Débora e a rainha Ester. Perspicácia, atitude e sabedoria eram palavras de ordem para elas. E desejo que o mesmo seja exercido pelas mulheres que forem eleitas no próximo dia 6 de outubro.
Recadinhos
- A partir desta terça-feira, começo a produção das matérias que assinarei no Jornal ClicRDC impresso em comemoração aos 107 anos de Chapecó, a se completarem no próximo dia 25 de agosto
- Estarei fazendo uma edição especial desta coluna, e abordando através de matérias o panorama da saúde em Chapecó, analisando as redes pública e privada
- A primeira parada da reportagem foi no Hospital Regional, principal estrutura pública de atendimento do Oeste catarinense. Vale a pena esperar para ler!
- Se você tiver alguma informação que você queria repassar à coluna, envie um e-mail para [email protected] ou ligue para o (49) 3361-3114 de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h