O programa Sala de Debates da Condá FM de hoje (10) recebeu o prefeito de Chapecó e pré-candidato ao Governo de Santa Catarina, João Rodrigues (PSD). Ele iniciou a entrevista anunciando o envio à Câmara de Vereadores de um projeto de lei que institui um sistema de avaliação própria para a Rede Municipal de Ensino, além de ressaltar outras ações de governo para justificar a pré-candidatura, que será lançada no próximo dia 22, data do aniversário do prefeito.
João afirmou que na disputa de ser o representante da direita em Santa Catarina, ele “dá de 10×0” em Jorginho Mello (PL), governador do Estado. O principal argumento é a vida pregressa do mandatário, que apoiou Dilma Rousseff (PT) para a Presidência da República. Rodrigues também alega que Jorginho apenas está “pisando no acelerador” agora, no que diz respeito a obras e ações.
O prefeito de Chapecó afirmou que o volume de obras públicas financiadas pelo município chega a quase 20% do volume em execução pelo Governo do Estado. Ele criticou a demora na revitalização da SC-283, no trecho entre Arvoredo e Concórdia, entretanto, reconheceu que as obras em Chapecó que recebem dinheiros do Governo de Santa Catarina estão dentro dos prazos, e com os pagamentos comprometidos, a exemplo da participação de R$ 20 milhões no Autódromo Internacional.
João Rodrigues afirma que vai ganhar a disputa do dia 4 de outubro de 2026 em primeiro turno. Uma afirmação audaciosa e ousada, ao meu ver, muito precipitada. O prefeito reforçou o destaque estadual obtido pelo Programa Mão Amiga, e admitiu que o projeto de instalação de parques realizado em Criciúma pelo ex-prefeito Clésio Salvaro (PSD) foi a inspiração para a criação dos novos espaços públicos em Chapecó.
O prefeito ressaltou a vontade que tem de ser um homem público e de ser útil à comunidade. João frisou que Fabiana Rodrigues vai ser uma primeira-dama que trabalhará com os projetos sociais do Governo do Estado se porventura ele for eleito governador. Rodrigues afirma que ele é o candidato da “direita raiz”, e citou o apoio a tentativa de projeto nacional de poder liderado por Onyx Lorenzoni enquanto era deputado federal, entretanto, omitiu que começou a carreira política no PDT de Leonel Brizola.
Inquérito da Guarda Municipal
Solicitei espaço no programa para questionar o prefeito de Chapecó sobre o inquérito civil aberto na semana passada pelo promotor de justiça Simão Baran Junior para investigar o aumento dos casos de violência alegada em prisões em flagrante realizadas pela Guarda Municipal de Chapecó. Em 2025, 36,84% das prisões em flagrante feitas pela Guarda tiveram violência alegada. Em 2024, a porcentagem foi de 10,78%, conforme o banco de dados do Ministério Público.
João Rodrigues afirmou que o promotor Simão é “um homem justo”, e que a investigação é própria. Durante a resposta, o secretário de Segurança Pública da Prefeitura de Chapecó, Clovis Ari Leuze, informou que há comprovação de que dois dos sete casos de violência alegada neste ano foram denunciados de má-fé, o que faz com que a porcentagem seja reduzida para 26,31%, ainda bem superior ao retrospecto do ano anterior. Agora, cabe aguardar a conclusão das investigações.
Recadinhos
- Uma frase dita pelo João fora do ar me chamou muito a atenção: “Raimundo Colombo governava o Estado, Jorginho Mello quer governar o Governo”.
- Rodrigues defende que os problemas crônicos de Santa Catarina são ligados à mobilidade urbana e infraestrutura, especialmente quanto a portos, rodovias e ferrovias.
- O prefeito de Chapecó insistiu que Jair Bolsonaro (PL), mesmo inelegível, ainda é o candidato da direita para a Presidência da República no ano que vem.
- O presidente da FIESC, Mauro Cezar de Aguiar, cumpre agenda em Chapecó no dia de hoje. O principal anúncio do dia é o investimento de R$ 76 milhões para uma nova Escola S em Chapecó, para atender 1.300 alunos.
