
A edição de ontem (29) da coluna, que abordou a saída do Brasil do mapa da fome organizado pela ONU, foi muito criticada. Hoje, vamos compilar alguns comentários, como tradicionalmente fazemos quando temos um alto número de participações. Neste caso, recebemos cerca de 90 comentários.
A palavra com que eu fui mais xingado foi ‘otário’. Um internauta me chamou disso porque não teria levado em conta que o Brasil é o ‘celeiro do mundo’ porque a maior parte da nossa produção alimentícia é destinada à exportação. Outro internauta, em resposta a esse comentário, culpa o agronegócio de ser um dos responsáveis pela fome no Brasil: “Não confundir com pequeno e médio agricultor, esse sim produz nossos alimentos. Mas os grandes fazendeiros (…) só exportam”.
Um leitor me chamou de ‘otário’ por ter, no entendimento dele, menosprezado o cumprimento da promessa feita pelo presidente da República que tiraria o Brasil do mapa da fome. Calma lá, me permita duas perguntas: exigir de um país que pode fazer mais é ser otário? Mostrar o que ainda precisamos avançar no campo da nutrição em nosso Brasil é ser patético?
Alguns internautas duvidaram dos dados divulgados pela ONU. É importante lembrar que é o IBGE quem é responsável por enviar os dados brasileiros às Nações Unidas para compilação e divulgação. Parte dos que duvidam opinam que o Brasil saiu do mapa da fome para entrar no ‘mapa da miséria e da corrupção’. Outros simplesmente afirmam que os dados divulgados são mentirosos, mas quero reafirmar que não são, pois tratam da subnutrição, ou seja, de um dos quadros mais graves de fome.
Deixo fora as discussões meramente ideológicas e do “nós contra eles”. Peço a atenção dos nossos leitores ao teor completo da edição de ontem, e de todas as edições desta coluna. Não se pode julgar o livro pela capa, mesmo que, por algumas vezes, até eu faça isso. Antes de opinar, por favor leia todo o texto. Tenho certeza que a maioria dos comentários emitidos não existiriam se todos lessem a coluna de forma completa.
Tarifaço, mas com brechas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode até começar o dia com café e suco de laranja. Mas, se depender do tarifaço anunciado pelo próprio presidente, a dupla do café da manhã pode sair mais cara. Conforme a newsletter The News, o governo brasileiro quer evitar isso. Nas conversas com representantes dos EUA, a dois dias do anúncio de mais um pacote de tarifas, o governo brasileiro pretende propor que o café, suco de laranja e os aviões da Embraer fiquem de fora da tarifa de 50%.
A proposta, curiosamente vai, mesmo que em partes, ao encontro da fala do secretário de comércio americano, Howard Lutnick, ao afirmar que Washington estuda isentar produtos que não são produzidos nos EUA, como café e cacau. A preocupação brasileira tem fundamento. Se a tarifa atingir o suco de laranja, o prejuízo brasileiro pode chegar a R$ 4,3 bilhões por ano. O país exporta 95% da produção, sendo 42% desse total para os EUA;
No café, os americanos compram 17% do nosso grão exportado. Se subir o preço, não há fornecedor capaz de substituir. Quem também tenta escapar é a Embraer, que emprega três mil pessoas e tem US$ 3 bilhões em ativos nos Estados Unidos. A empresa alertou que as tarifas podem adicionar R$ 50 milhões ao custo de cada avião, o que prejudicaria a competitividade da marca. No total, o impacto pode passar de R$ 20 bilhões até 2030.
Recadinhos
Hoje (30), palestrei novamente na EEB Lara Ribas sobre jornalismo, e vejo por parte dos professores de português a dificuldade que identificam na interpretação de texto por parte dos alunos. Se na adolescência é difícil, imagine na vida adulta!
Agradeço a toda a equipe da DM Auto, em nome dos sócios-proprietários Cláudio e Arthur de Marco, pelo convite para o lançamento da Chevrolet Tracker 2026 ocorrido na noite de ontem, na concessionária de Chapecó. Um baita carro!
O vereador de Chapecó, Cesar Valduga (PCdoB), protocolou ontem uma moção de apelo pedindo a contratação de mais médicos para as Unidades de Saúde dos bairros Jardim América e Santa Maria.
No programa Primeira Hora, da Condá FM, hoje recebemos o mesmo pedido para a Unidade de Saúde do bairro Universitário. Situação urgente e para solução rápida!