
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) promoveu uma audiência pública ontem (22) para debater a estadualização das estradas que ligam os municípios de Pinhalzinho, União do Oeste, Jardinópolis e Quilombo, no Oeste do estado. Conforme a Agência AL, o encontro foi proposto pela Comissão de Transportes, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura, por iniciativa do deputado Altair Silva (PP), e realizado no auditório da Escola de Educação Básica São Luiz, em União do Oeste.
Por cerca de três horas, prefeitos, vereadores, agricultores, representantes de cooperativas e lideranças da região apontaram a necessidade de melhorias na malha viária local. Com praticamente toda base da economia formada pela produção agroindustrial, os municípios ainda são ligados por estradas de terra.
Altair Silva destacou que a estadualização auxiliaria o transporte das produções de leite, frango, suínos e grãos: “A audiência pública é apenas o início de nosso trabalho para levarmos uma proposta ao governador do Estado. Essa discussão é de suma importância para que possamos pensar em uma pavimentação asfáltica no futuro. São rotas essenciais para a circulação da região e, para que isso seja possível, é necessário estadualizar a rota.”
Representantes da comunidade usaram a palavra para pedir urgência no tema: “Asfalto no interior não é luxo. É desenvolvimento regional. A região é um corredor para o hospital de Pinhalzinho, que é o maior da região. Não é só a questão de chegada de matéria prima e transporte de produção. É uma questão humanitária”, afirmou o prefeito de Pinhalzinho, Alessandro Beltrame (PP).
O prefeito de União do Oeste e presidente da AMOSC, Everaldo Casonatto (MDB), citou a necessidade de nova malha viária também no trecho de Jardinópolis a Quilombo: “Nossa população precisa disso para seus deslocamentos diários, atendimento médico e redução de custos de transporte. O desenvolvimento de toda a nossa região passa pela pavimentação de nossas estradas.”
Santa Catarina é o 4º maior produtor de leite do Brasil, sendo que 80% é produzido no Oeste do estado. Segundo o presidente do Sindileite-SC, Selvino Giesel, o custo de transporte de cada quilo de produto é de R$ 0,14, valor que poderia ser reduzido com vias em melhores condições: “Com condições adequadas de estrada ganha o produtor, o município e a população. O leite é extremamente sensível, e qualquer minuto a mais rodando na estrada afeta a qualidade do produto que vai para o consumidor final.”
Ao final da audiência pública, ficou definida a criação de uma comissão permanente de trabalho reunindo prefeitos, vereadores, lideranças e representantes do setor produtivo dos municípios envolvidos: “Vamos marcar audiências na Alesc com todos os parlamentares integrantes da Bancada do Oeste, com o secretário de Infraestrutura Jerry Comper e, se possível, com o governador Jorginho Mello. Precisamos de muita união e mobilização para que o sonho saia do papel e se torne uma realidade”, completou o deputado Altair Silva.
- Temos de ter em mente que os pequenos municípios não possuem os recursos que Chapecó possui, por exemplo, para realizar um programa robusto de pavimentação rural.
- Justamente, são esses municípios que obtêm da agricultura a maior fatia da sua arrecadação de impostos, e portanto, também é de interesse das prefeituras essa estadualização.
- Aperta o cerco às teles: O Ministério Público está cobrando das empresas de telecomunicações explicações, até 5 de junho, sobre os emaranhados de fios inativos que ficam nos postes da região central de Chapecó.
- A Celesc e a Prefeitura também estão sendo chamados à responsabilidade. O MP pede informações sobre a fiscalização e o controle da ocupação dos postes por cabos de telecomunicações.