
Entre 22 e 28 de outubro, o instituto de pesquisa AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, realizou um levantamento internacional inédito, que colheu a opinião de milhares de pessoas sobre a crise na Venezuela. Foram entrevistados, além de 2.777 venezuelanos, outros 3.980 latinos, moradores de todos os países das Américas. Nesta terceira e última edição da série de colunas sobre a pesquisa, vamos tratar da intervenção internacional e o restabelecimento democrático na Venezuela.
A pesquisa pediu para que os entrevistados classificassem o nível de compromisso e esforço de cada um dos seguintes líderes mundiais em termos de trazer liberdade à Venezuela. Para os latinos, o líder com a opinião mais positiva é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 53% dos entrevistados classificam o compromisso do americano como alto ou muito alto. Em segundo lugar, vem Marco Rubio, secretário de Estado da União Americana, com 46%.
Nenhum líder latino ou europeu teve uma opinião majoritariamente positiva sobre seu compromisso com a Venezuela. Os que tiveram a pior avaliação foram Vladimir Putin, presidente da Rússia, com 65% classificando o compromisso do político como baixo ou muito baixo; o presidente Lula, com 59% dos entrevistados com a mesma opinião; o presidente da China, Xi Jinping, com 58%; o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; com 56%; e Pedro Sanchez, primeiro-ministro da Espanha, com 54%.
54% dos entrevistados afirmaram que a probabilidade de sucesso de uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos em derrubar o regime de Maduro e restabelecer a democracia na Venezuela é alta ou muito alta. 37% dos latinos acham que esta alternativa tem uma probabilidade pequena ou nula de dar certo. Esta é a única estratégia proposta pela pesquisa que teve uma resposta majoritariamente favorável dos entrevistados. 53% dos entrevistados apoiam uma intervenção militar dos EUA na Venezuela.
Para 41,1% dos entrevistados, o caminho mais viável para derrubar o regime de Maduro e restabelecer a democracia na Venezuela é uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos. 18,3% dos latinos preferem negociações diplomáticas entre o governo venezuelano e outros países. 14,4% dos entrevistados preferem protestos sociais e negociações políticas dentro da Venezuela, e 9,4% preferem um golpe de Estado liderado pelo Exército venezuelano.
No caso de uma queda do regime na Venezuela e o retorno da democracia, 71% dos latinos considera provável ou muito provável a melhoria das relações diplomáticas com o país bolivariano. 69% dos entrevistados considera provável ou muito provável a realização de eleições livres e justas. 68% dos latinos considera provável ou muito provável o fortalecimento dos direitos humanos, e 62% dos entrevistados considera provável ou muito provável a consolidação democrática.
Recadinhos
- Quanto à diáspora venezuelana, 58% dos entrevistados já vivenciaram alguma mudança ou impacto em seu país relacionado à imigração venezuelana. 31,3% não vivenciaram nenhuma mudança.
- 53% dos entrevistados acham que a migração da Venezuela continuará no futuro imediato, enquanto 29,4% opinam que ela tende a diminuir.
- No caso de um colapso do regime de Maduro, 57,5% dos latinos acham que a migração da Venezuela diminuiria no curto prazo, enquanto 29,6% acham que irá continuar.
- Quanto ao turismo, apenas 17,6% dos entrevistados estão considerando viajar à Venezuela no momento. Em caso de colapso do regime de Maduro, 47,2% dos latinos consideraria visitar a Venezuela no futuro.





