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O Ministério Público Eleitoral ingressou com uma ação de investigação judicial contra o prefeito de Belmonte, Jair Giumbelli (PL), e o vice, Cleonir Piton (MDB), por suspeita de compra de votos nas eleições de 2024. De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor eleitoral, há indícios de que Cleonir teria negociado o pagamento de R$ 2 mil para uma eleitora em troca de votos da família.
A conversa, feita via WhatsApp, incluiu uma promessa explícita e o envio de um comprovante de transferência via PIX, segundo a promotoria. O Ministério Público considera que o ato comprometeu a integridade do processo eleitoral e pediu a cassação dos diplomas de ambos, além do pagamento de multa. A prática é configurada como crime de compra de votos, prevista no artigo 299 do Código Eleitoral.
Em defesa, Jair Giumbelli afirmou ao repórter Ricardo Orso, da Rádio Peperi, que as acusações são infundadas e fruto de uma armação política: “Isso é desespero de perdedor. Não há nada que comprometa nossa gestão ou o pleito”. Ele argumenta que o repasse de dinheiro foi um empréstimo e que a relação entre Piton e a eleitora era de amizade. Jair estava buscando a reeleição, e conseguiu, com 52,3% dos votos, contra 43,2% de Genésio Bressiani (PSD), que tentava voltar após ter sido prefeito entre 2013 e 2021.
Giumbelli deu a versão dele sobre a transação para a eleitora: “A conversa começou com ela pedindo o dinheiro para resolver um problema da filha dela. Ele ajudou porque eles eram amigos, tinham intimidade, e só depois pediu o voto, mas não em troca do dinheiro”. Me chama a atenção desse caso ser típico de uma tentativa judicial para acirrar uma disputa familiar pelo poder, isso porque Jair é parente de Volmir Giumbelli, prefeito de Belmonte entre 2001 e 2005.
Jair destacou que a eleitora, após receber o valor, declarou-se apoiadora do partido adversário, atuando como fiscal de urna e exibindo adesivos da oposição durante a campanha. “Ela estava totalmente ligada ao grupo. Como ela poderia comprometer a eleição em nosso favor?”.
Giumbelli também questionou a integridade das provas apresentadas, já que algumas mensagens de WhatsApp foram apagadas: “Isso mostra que a conversa foi manipulada para nos prejudicar. Vamos provar na Justiça”, concluiu. Obviamente, é necessário esperar o processo judicial sobre esse caso, entretanto, é necessário abordar, independentemente da existência do fato ou não, a gravidade do crime de compra de votos.
Entendendo que outras acusações estão sendo investigadas e julgadas em outros municípios do Oeste Catarinense, ficam algumas perguntas: com a quantidade de informação que temos, até quando vai durar a compra de votos na nossa região? Será que alguns políticos e eleitores oestinos ainda são tão infantis assim? Quanto vale o poder para alguns? As punições aos casos que foram comprovados estão sendo exemplares? É hora da Justiça ser mais enérgica quanto a essas situações para inibir este crime tão imoral.
Recadinhos
- A campanha ‘Ajude o Claude’ continua arrecadando fundos para a reabilitação de Claudenir de Morais, vítima de um acidente de trabalho ocorrido em 5 de novembro do ano passado. As doações podem ser feitas pelo site vaka.me/5202451.
- O programa Sala de Debates da Condá FM de hoje (15) recebeu o psiquiatra Paulo Machado. Ele fez críticas à forma como a saúde mental é conduzida na rede pública de saúde.
- Paulo afirma que a demora é grande para consulta com psiquiatras pelo SUS em Chapecó, numa média de três meses entre o encaminhamento e a consulta, no caso de adultos. Ele também criticou os medicamentos disponíveis para tratamentos.
- Amanhã (16), o programa receberá representantes da Cidasc, Epagri, Icasa, Vigilância Sanitária e Secretaria de Agricultura da Prefeitura de Chapecó. Haverá um grande debate sobre a raiva, doença que preocupa o campo e a cidade.