segunda-feira, dezembro 30, 2024
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As cadeiradas que a vida dá

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: Jornalista André de Lazzari 

No domingo (15), a meu ver, José Luiz Datena (PSDB) jogou no lixo a brilhante carreira dele nas comunicações. A cadeirada que ele deu em Pablo Marçal (PRTB) é digna de cassação da candidatura. E se fosse Marçal que tivesse feito algo parecido, diria a mesma coisa. É inaceitável. São Paulo é uma das 10 maiores cidades do mundo, e decisiva para as eleições gerais, pois possui pouco mais de 5% do eleitorado nacional.

Com essa grandeza, com uma prefeitura que possui um orçamento de quase R$ 120 bilhões, maior do que o orçamento do Estado de Minas Gerais, esse nível de debate é o atestado de demência dos brasileiros, generalizando. Precisamos fazer um mea culpa que drible nossa arrogância, e reconhecer a precariedade da situação política do país.

E isso se torna ainda mais grave quando pensamos que a eleição municipal de São Paulo se torna decisiva para as pretensões de muitos políticos para a disputa presidencial de 2026. Uma eventual eleição de Marçal coloca os bolsonaristas, mesmo que divididos em torno da candidatura do empresário, em melhores condições para disputar o Palácio do Planalto. Tarcísio de Freitas (Republicanos) já afirmou que a intenção dele é disputar a reeleição ao Governo do Estado de São Paulo. Já Marçal quer Bolsonaro na presidência.

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Uma eventual eleição de Guilherme Boulos (PSOL) como prefeito da capital paulista aumenta as chances de Lula tentar, mesmo em idade avançada, a reeleição; e com um fator decisivo em 2022: o poder de outros nomes fortes da esquerda que compõem a coligação. No caso, Geraldo Alckmin que virou o voto de muita gente no Estado de São Paulo, ainda no primeiro turno.

Nova previsão Polling Data para São Paulo
Também no domingo, o instituto Polling Data atualizou a previsão de votos para a eleição municipal em São Paulo. Para a empresa, o segundo turno seria entre Pablo Marçal e Guilherme Boulos, com a diferença do candidato da esquerda para Ricardo Nunes (MDB) crescendo levemente em comparação à última previsão, feita no dia 5.

Conforme a Polling Data, e considerando apenas os votos válidos, Pablo Marçal teria em 6 de outubro 29,6% das preferências. Guilherme Boulos teria 27,6% dos votos, e Ricardo Nunes chegaria a 25,8%, ficando fora do segundo turno. Tabata Amaral (PSB) chegaria a 8,6% das preferências, e em quinto lugar, o homem da cadeirada, José Luiz Datena, com apenas 7,1% dos votos. Maria Helena (NOVO) teria 3,3% das preferências, e os quatro candidatos restantes somam 1,6%.

Recadinhos

  • Dadá Westphal (NOVO) assustou muitos ouvintes durante a sabatina de hoje (17) na Condá FM. Provocador, firme, combativo. A postura do candidato foi positiva, mas ainda deixa muitas dúvidas.
  • Os trabalhadores da educação municipal que acompanharam a sabatina foram os que mais ficaram preocupados com as propostas apresentadas para melhorar o ensino público.
  • Dentro da filosofia liberal do NOVO, muitas das propostas encontram barreiras constitucionais. O desafio de Dadá é convencer o eleitor que, entre o possível de ser cumprido do plano de governo, o proposto pelo candidato é o melhor para Chapecó.
  • Adriano Silva conseguiu isso em Joinville, e conforme a Polling Data, chega a previsão de vencer em primeiro turno a reeleição com 71% dos votos válidos.
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