Mensalmente, o instituto AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, realiza a pesquisa “Latam Pulse Brasil”, que entrega um bom termômetro sobre a opinião pública nacional. Respaldado pelo bom retrospecto da AtlasIntel, premiada internacionalmente como uns dos melhores institutos de pesquisa no mercado, os números que esta edição da coluna vai tratar mostram, claramente, que as chances do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ser reeleito no ano que vem, são reais.
A pesquisa do mês de julho entrevistou 7.334 pessoas entre os dias 25 e 28 de julho, e a margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos. O principal cenário de eleições presidenciais construída pela Latam Pulse inclui Lula, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil), Ciro Gomes (PDT ou PSDB) e Pablo Marçal (PRTB). Eduardo Leite (PSD) também foi colocado, mas a coluna transferiu os votos para Ratinho Júnior, por ser do mesmo partido.
Conforme a AtlasIntel, observando a margem de erro, Lula possui entre 48,9% e 50,9% dos votos válidos neste cenário. Ou seja, o atual presidente possui, neste momento, 45% de chances de se reeleger em primeiro turno. Tarcísio pontua entre 32% e 34% dos votos válidos, sendo o segundo colocado indiscutível. Ratinho Júnior ficaria em terceiro, com entre 3% e 5% dos votos válidos, empatado tecnicamente com Zema, Caiado, Ciro e Marçal. Brancos, nulos e indecisos, somados, giram entre 1,8% e 3,8% do eleitorado.
No cenário de segundo turno, Lula pontua entre 51% e 53% dos votos válidos, enquanto Tarcísio faria entre 47% e 49%. Brancos, nulos e indecisos, somados, giram entre 2% e 4% do eleitorado. O atual presidente ganha de todos os adversários na segunda rodada eleitoral, inclusive nos cenários que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível, e sua esposa, Michele Bolsonaro (PL).
Isso tem explicação. Lula tem a maior porcentagem de brasileiros que possuem uma imagem positiva em um líder político, girando entre 50% e 52% dos entrevistados. Quanto às expectativas econômicas dos brasileiros, entre 64% e 66% dos entrevistados pela AtlasIntel afirma que a situação financeira da sua família vai melhorar ou, pelo menos, ficar igual.
Essa porcentagem me faz lembrar do que foi discutido ontem (13), no programa Primeira Hora da Condá FM. O eleitor brasileiro, no geral, é um eleitor acomodado, que se vende facilmente, que raramente possui posicionamentos firmes, e que é extremamente tendencioso a manter os mesmos líderes políticos por décadas no poder. Por isso que a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 pode ser considerada um milagre político, assim como sua derrota em 2022.
Recadinhos
Entre acertos e erros do governo Lula 3, a pesquisa Latam Pulse lista sete ações que são consideradas ações corretas do Planalto por um público maior do que aqueles que qualificaram outra ação como o maior erro da administração
As ações com consenso de acerto são o fortalecimento do programa Farmácia Popular (83%), a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil ao mês (81%) e a retirada dos garimpeiros das reservas indígenas e ambientais (74%).
A assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia recebeu 70% de aprovação, enquanto que o programa Desenrola, o fortalecimento do Minha Casa Minha Vida e a liberação do saque do FGTS empataram em 69%.
Para a população, os maiores erros do atual governo Lula são o imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 (64%), e a tentativa de fiscalização das transações via Pix acima de R$ 5 mil mensais (58%).
