
A edição da nossa coluna ontem (21) foi bastante lida. Com reações ou comentários, mais de 150 pessoas expressaram sua opinião sobre a sanção da lei que proíbe a contratação de apresentações artísticas com apologias a questões como crimes, uso de drogas, erotização, afronta a valores religiosos e outros temas correlatos. Diante da repercussão nas redes sociais, vamos replicar e comentar algumas opiniões populares sobre o assunto.
O comentário mais repetido é de que os shows sertanejos devem ser enquadrados nesta lei. Até um internauta fez uma montagem em que, ao lado do título da coluna de ontem, estava a manchete da situação ocorrida em setembro de 2023, onde o cantor Gusttavo Lima apalpa a parte íntima de um colega cantor durante um show na cidade de Cáceres-MT. Isso sem falar nas letras de boa parte das canções deste gênero musical…
Alguns defenderam artistas que não gostariam que fossem enquadrados pela lei: “Racionais (MCs) falam tudo isso e os caras são lendas consagradas”, afirmou um internauta. Um bom comentário para questionar qual será o critério para apresentações artísticas que visam a crítica social, que é um direito fundamental para a cultura e o exercício do pensamento na sociedade e no foro íntimo.
Um forte questionamento à moral do prefeito João Rodrigues foi feito por uma internauta: “Ué, mas alguém não assistia a vídeo pornô em algum lugar público enquanto trabalhava? Não foi alguém daqui de Chapecó mesmo? Li algumas notícias já e ouvi de algumas pessoas. Muito estranho isso para essa cidade! Notícias estão na mídia”.
A internauta que afirmou isso é praticante de uma religião afro-brasileira, e afirmou que vai se inscrever nos próximos editais da Prefeitura de Chapecó “para combater o preconceito e deliberar a diversidade e as minorias do município. Vamos colocar pomba-gira nas ruas, mostrar a cultura religiosa diversificada. E outras coisas mais. Aguardemos as prioridades nesses editais”.
Sobrou até pra mim: um internauta presumiu que existe alegria no meu texto, no sentido de ser favorável a sanção, porém, “é exigível que se questione os shows evangélicos proporcionados dentro das igrejas”. Concordo plenamente com o internauta, mas tenho certeza que esses shows não se enquadram na lei, e mesmo com os lobos que estão no meio das ovelhas, existe uma mensagem que supera as pessoas que a emitem.
Recadinhos
- A edição de ontem da coluna recebeu um comentário que, para mim, é absolutamente honroso: o do professor Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira, primeiro jornalista profissional a atuar na história de Chapecó.
- O decano respondeu a um comentário que questionava de que moral trata a lei ou o colunista, e quem define o que é moral. O professor respondeu “não exija tanto!”
- Assim como alguns comentários pontuaram, vale lembrar que as empresas privadas podem continuar contratando o artista que bem quiserem para apresentações artísticas em Chapecó. As restrições da lei se aplicam apenas à Prefeitura.
- Para terminar o assunto, pergunto ao internauta que me questionou (o mesmo que afirmou que sentia alegria no meu texto de ontem): por que eu não posso ser um colunista evangélico? Não tenho a mesma liberdade de opinião que você tem?