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A coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje (6) sobre a 4ª fase da Operação Sodalitas Finis no auditório da Delegacia Regional de Polícia Civil em Chapecó, permitiu consultar os principais dirigentes do Ministério Público e da Polícia Civil diretamente envolvidos com a ação sobre o que pode ser feito após ter sido revelado, no último um ano e meio, dois núcleos da maior facção criminosa do Brasil em Xaxim, primeiramente, e depois em Chapecó, sendo parcialmente desmantelados.
Temos 161 pessoas atrás das grades, somando todas as fases da operação, graças ao excelente trabalho do Gaeco e todas as instituições integrantes, além da celeridade do Poder Judiciário, adicionada com a criação das Varas Regionais de Garantias. Entretanto, em Xaxim, onde a operação começou em agosto de 2023, os índices de crimes violentos ainda estão mais altos, proporcionalmente à população, em comparação com Chapecó e com outros municípios do mesmo porte do “coração verde do Oeste”.
O promotor Joaquim Torquato Luiz, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Chapecó, respondeu meu questionamento na coletiva sustentando que uma operação desse porte é uma resposta para o presente e o futuro da comunidade graças à compilação de inúmeros dados sobre criminosos no passado, ou seja, uma situação dessas não se resolve do dia para a noite, e com apenas uma grande ação de combate ao crime.
O promotor Diego Barbiero, coordenador do CyberGaeco, pontuou que uma operação como
a Sodalitas Finis reduz os índices de crimes violentos nos meses seguintes à ação de repressão. Isso foi comprovado com dados divulgados pelo próprio Ministério Público após a realização das duas primeiras fases da operação, no início do ano passado.
Ulisses Gabriel, delegado-geral da Polícia Civil, entregou a resposta mais extensa, pontuando que a investigação policial e o armazenamento de dados são fundamentais para reprimir o crime e prevenir futuras ações e instalações do crime organizado. Ele ressaltou o aumento no orçamento da corporação nos últimos anos, os novos concursos públicos para delegados, psicólogos e agentes, entre outras ações do Governo do Estado que auxiliam na reversão do panorama atual, que é algo muito desejado pela população xaxiense.
É importante destacar que, sem a integração de informações entre Gaeco e Polícia Civil, jamais seria possível ter o cruzamento de dados necessário para o combate ao tráfico de drogas exercido hoje em Chapecó e outros municípios, como foi feito em Xaxim anteriormente. Também vale mencionar o mapeamento de áreas sensíveis feito pelo promotor Barbiero enquanto estava na Comarca de Xaxim, identificando os pontos onde, depois, se provou estarem as células da facção criminosa que operava no município.
Recadinhos
- Todas as instituições envolvidas estão satisfeitas com o resultado da operação, e tem claro o fato de que lidam com criminosos profissionais, que tinham o tráfico de drogas como principal fonte de renda, e agora estão presos preventivamente.
- A Polícia Civil deixou claro que não há empresários ou políticos envolvidos, mas o delegado-geral pontuou que a organização da facção em Chapecó era digna de uma “empresa de sociedade limitada”.
- Ulisses Gabriel afirmou que 80% dos homicídios ocorridos em pequenos municípios de Santa Catarina possuem ligação com o tráfico de drogas e/ou com outras ações de crime organizado.
- Portanto, existem muitos casos parecidos com o de Xaxim que precisam ter a mesma energia do Estado para resolução, e tão importante quanto a repressão precisa ser a prevenção e a educação das nossas crianças e adolescentes.