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O Banco Central confirmou ontem (19), oficialmente, que vai fechar o ano de 2024 com a inflação acima da meta. Será o terceiro tropeço nos últimos quatro anos. A meta de inflação para este ano era de 3%, com tolerância de até 4,5%. Só que o Banco Central já jogou a toalha, admitindo que a chance de descumprir a meta é de 100%. Conforme a newsletter The News, estima-se que a inflação subirá para 4,9% em dezembro.
A previsão é que o índice alcance o pico de 5,1% entre julho e setembro de 2025, antes de, finalmente, começar a ceder para 4,5%. Quando a inflação escapa da meta, quem sente é o nosso bolso. Apesar de a taxa Selic estar em dois dígitos desde 2022, a desaceleração econômica global e fatores como mudanças fiscais dificultam o controle inflacionário.
Para se ter uma ideia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que está de saída, encerra o mandato com um placar de três metas cumpridas em seis anos. Desde que o Brasil adotou o regime de metas de inflação em 1999, por sete vezes o objetivo não foi alcançado. Em todas elas, o Banco Central teve que mandar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando o que deu errado.
Com Roberto Campos Neto, a situação não foi diferente: pandemia, guerras e choques econômicos globais contribuíram para uma trajetória tortuosa. Mas, internamente, a dificuldade de alinhar as políticas monetária e fiscal só complicou ainda mais o cenário. Agora, o desafio cai no colo de Gabriel Galípolo. Ele assume o Banco Central com uma nova regra: metas contínuas. Se a inflação ultrapassar o intervalo permitido por mais de seis meses, a entidade deverá se explicar publicamente..
Todos nós temos metas a cumprir, seja no campo pessoal, profissional ou de relacionamentos. Portanto, devemos como cidadãos exigir que a meta da inflação seja cumprida. Infelizmente, o visível aumento da taxa Selic para uma porcentagem que pode superar os 15% no ano que vem complica o desenvolvimento do país, porque encarece a oferta de crédito, mas ajuda a conter a alta de preços dos produtos e serviços essenciais para o dia a dia dos brasileiros.
Tanto esta situação inflacionária quanto a explosão do dólar não pode ser considerada um ato isolado de especulação do mercado, porque o mercado teria ódio do presidente Lula, como alguns petistas têm afirmado. Na verdade, o mercado está ajudando o governo. Sem esse momento de instabilidade, provavelmente o Congresso Nacional estaria de férias mais cedo neste ano, não dando a devida importância ao futuro econômico do país.
Recadinhos
- A campanha ‘Ajude o Claude’ continua arrecadando fundos para custear a reabilitação de Claudenir de Morais, que sofreu um acidente de trabalho em 5 de novembro. As doações podem ser realizadas pelo site vaka.me/5202451.
- Foi completado o secretariado da Prefeitura de Chapecó na manhã de hoje (20). Agnaldo Pereira permanece na pasta do Esporte, Nelson Krombauer vai para a Secretaria de Serviços Urbanos e Luiz Paulo Cararo estará na Infraestrutura.
- Cleiton Fossá será o secretário de Captação de Recursos, e Clodoaldo Jorge dos Santos será o secretário de Administração. Delair Dalina será a diretora do Simprevi, a Previdência Municipal.
- A partir de segunda-feira (23), estarei apresentando o programa Sala de Debates, da Condá FM, até o dia 31 de janeiro, cobrindo as férias da jornalista Raquel Lang. Os aguardo de segunda a sexta-feira, às 8h45!