Imagine que o Governo de Santa Catarina poderia ter gasto, em 2017, nada menos do que R$ 29,88 milhões na compra de 30 mil tablets com conteúdo didático pedagógico digital. E se eu te contasse que o controle social dos gastos públicos apontou que a mesma quantidade de aparelhos poderia ser comprada por apenas R$ 7,35 milhões?
Aí está o trabalho do Observatório Social do Brasil em Chapecó, que teve parte da diretoria entrevistada por mim nesta quarta-feira (24) no Sala de Debates da Condá FM. No final das contas, o Estado comprou apenas 2.500 tablets, mas no valor de R$ 996 cada, e não de R$ 245, apontados pelo Observatório como valor de mercado dos aparelhos. No final das contas, apenas R$ 2,49 milhões foram gastos. O problema é que nenhum dos tablets foi efetivamente entregue.
Esta é uma das muitas histórias de luta que são contadas por centenas de abnegados, entre aposentados, empresários, acadêmicos e cidadãos que se voluntariam para se debruçar na fiscalização do gasto público, e também de quem tem a função constitucional de fazê-lo, que são os vereadores.
Falta braço para o Observatório
Os entrevistados do Sala foram Vilmar Matiello, presidente do Observatório; Mário Miranda, vice-presidente de Alianças; e Dilço Tessaro, coordenador de projetos. Eles mencionaram que faltam voluntários para uma maior e melhor atuação da entidade em Chapecó e região. Atualmente, a instituição conta com 125 observadores voluntários, e mais de mil acadêmicos da Unochapecó e da Unoesc que realizam projetos pontuais para contrapartida às bolsas de estudo que recebem.
Pensando que em 2023, conforme o Relatório de Sustentabilidade do Observatório, Chapecó tinha 125 obras públicas em andamento, que totalizavam R$ 554,7 milhões, realmente você tem um panorama bastante complexo para análise. Quem quiser se voluntariar para ajudar neste controle social de gastos públicos, pode entrar em contato com a entidade pelo WhatsApp (49) 9 9921-1314, ou pelo telefone fixo (49) 3328-8812.
Fraude se encaminhando?
Cresce a cada dia que passa o interesse da comunidade regional pelas eleições na Venezuela, que ocorrem no próximo domingo (28). O governo de Nicolás Maduro, conforme o portal Metrópoles, está bloqueando diversos sites de notícias independentes da internet local, além de restringir o acesso às agências de checagem. Ainda, conforme imigrantes venezuelanos residentes em Chapecó, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela estaria restringindo o cadastro de partidários da oposição para serem fiscais de urna.
E como se isso não bastasse, o ditador do país vizinho soltou duas grandes pérolas ontem (23): Maduro disse que o Brasil não audita as urnas, reforçando a mentira de que nosso sistema eleitoral não é seguro; e mandou aqueles que ficaram assustados com a afirmação dele de que haveria um banho de sangue caso não fraude, “perdão”, não ganhe as eleições do domingo, tomarem chá de camomila para ficarem bem calminhos. Nesta coluna, ninguém vai tomar chá! Dê-lhe refrigerante e café!
Recadinhos
Nunca pensei que uma pauta internacional iria tirar tanto do sério a equipe da Condá FM. No Primeira Hora de hoje (24), esbravejei. Não existe outra qualificação para o tom do meu comentário
O sentimento de indignação é compartilhado por colegas de todos os departamentos da emissora, já se sente como uma posição editorial da emissora a defesa da democracia e da liberdade da Venezuela
Não estamos abrindo mão de espaço que poderia ser usado para outras informações à toa. Temos um compromisso com os cerca de 30 mil venezuelanos que moram no Oeste catarinense, e por consequência, com todos os oestinos
Se você tiver alguma informação que você queria repassar à coluna, envie um e-mail para [email protected] ou ligue para o (49) 3361-3114 de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h