
Do Reino Unido à Austrália, chegando no Japão, milhares de pessoas têm ido às ruas contra a imigração e políticas de asilo dos países. O pano de fundo muda em cada, mas o coro é parecido: parte da população quer fechar as portas. Conforme a newsletter The News, atos em três continentes indicam que a discussão sobre imigração deixou de ser apenas sobre números de entrada ou saída de pessoas.
Na Escócia, manifestantes se reuniram diante de hotéis que abrigam solicitantes de asilo, com cartazes pedindo “Stop the boats” (Pare os botes, em português). Uma marcha na Austrália levou até 15 mil pessoas às ruas em Sydney, além de protestos em Melbourne e Adelaide. O governo rebateu e condenou a marcha por ligações com grupos neonazistas. Já em Tóquio e Osaka, os protestos focaram em reformas migratórias e projetos de cooperação com países africanos.
Cada vez mais, os atos se conectam a debates maiores: Identidade nacional, soberania e o papel de cada país em um mundo globalizado. Para governos, o desafio é equilibrar a necessidade de mão de obra e integração internacional com a pressão de parte da população que pede mais controle de fronteiras. Na onda anti-imigração da Europa, em Portugal, um vídeo viralizou nesta semana ao mostrar um homem oferecendo € 500 (pouco mais de R$ 3 mil) por cada “cabeça de brasileiro”.
Em Portugal, a comunidade brasileira chega a 513 mil pessoas, cerca de 5% da população do país. O colega português quer abrir uma loteria nas costas da imigração, porque está oferecendo, portanto, € 256,5 milhões pela cabeça de todos os brasileiros que moram lá? Olha a xenofobia aí…
O jovem tá difícil de lidar
Por décadas, pesquisadores descreviam a felicidade como uma curva em U: jovens felizes, adultos de meia-idade infelizes, idosos voltando a sorrir. Mas essa lógica está mudando. Um estudo com mais de 2 milhões de pessoas em 44 países revelou que os mais jovens são, hoje, justamente os que relatam mais infelicidade.
Conforme o The News, nos Estados Unidos, entre 2019 e 2024, a chamada “curva em U da felicidade” virou uma descida contínua. Já não existe a famosa “corcova do desespero” aos 40, ela agora aparece aos 20 e poucos anos. Na prática, isso significa que a Geração Z é a mais infeliz já registrada ao entrar no mercado de trabalho.
O fenômeno não é só americano. A América Latina mostra a mesma tendência: jovens mais ansiosos, deprimidos e inseguros do que os mais velhos. Embora não exista nenhuma comprovação científica, o uso demasiado de redes sociais e smartphones é costumeiramente apontado como causa dessa tendência, algo já diagnosticado por outras pesquisas científicas do ramo, inclusive no Brasil.
Na Tanzânia, por exemplo, os jovens sem acesso à internet foram classificados como significativamente mais felizes do que aqueles que tinham. A dúvida que fica agora é quanto ao futuro: se os jovens já são infelizes tão cedo, como serão os seus sentimentos nas próximas décadas? O que está sendo negociado pelos jovens para que eles sejam tão decepcionados com a vida?
Recadinhos
Como era de se esperar, neste domingo (7), Dia da Independência, haverá manifestações em todo o país pela votação da Lei da Anistia.
Em Chapecó, o movimento “Reaja Brasil”, organizado pelo diretório municipal do PL, com apoio confirmado de filiados do Novo e do MDB, ocorrerá logo após o desfile cívico, na Praça Coronel Bertaso.
Haverá coleta de assinaturas para apoio à votação da Lei da Anistia durante o manifesto. Aqueles que desejarem assinar, devem levar documento de identidade com foto e título de eleitor.
Estamos esperando há um mês uma resposta da Secretaria de Estado da Saúde sobre as reclamações que leitores desta coluna fizeram sobre o atendimento do Hospital da Criança, em Chapecó. Simplesmente vergonhoso!