quinta-feira, julho 10, 2025
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A experiência de acompanhar o Programa Mão Amiga por dentro

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: Grupo Condá de Comunicação

Na noite de ontem (9), 11 pessoas foram recolhidas pelo programa Mão Amiga, da Prefeitura de Chapecó, em duas casas abandonadas do bairro Santo Antônio. Eu acompanhei a ação, que teve a participação das polícias Municipal e Militar, e da Secretaria de Proteção Social da Prefeitura. As imagens que estão no perfil do Instagram da Condá FM não receberam edição, e a reportagem especial apresentada no programa Primeira Hora de hoje (10) não registra, completamente, a experiência de ter acompanhado a ação.

A Prefeitura cedeu uma carona para mim num veículo da Polícia Municipal. O foco da ação foi a Rua Beloni Trombeta Zanin, a uns 500 metros do campus da Udesc. Na área próxima ao final da rua João Elói Mendes, duas casas com aspecto de abandonadas, onde os dependentes químicos haviam vendido portas, janelas, fiação elétrica e parte da mobília em troca de pedras de crack.

Uma das mulheres abordadas, antes de começar a consumir drogas, pesava 60 kg. Hoje, pesa 38 kg. Ela estava determinada a aceitar a internação para ter um novo estilo de vida. Entrei nas duas casas onde houveram as abordagens, e testemunhei a parca condição de vida dessas pessoas, que foram destruídas pela dependência química. Em uma delas, o sabão para lavar as roupas foi produzido no fogo. Pichações nas paredes e o mau cheiro acompanhavam o cenário de desesperança daquelas residências.

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Estar gastando uma noite para seguir o trabalho do serviço público nesse tão falado programa da Prefeitura de Chapecó me fez refletir a importância de todos os atores que, desde 2022, fizeram com que o Mão Amiga ganhasse legalidade, maturidade, e hoje possa ter a tranquilidade de fazer a imprensa um convidado de luxo para acompanhar esta ação que é financiada com os seus impostos.

Durante a ação, foi comentada pela equipe da Prefeitura a demora nas autorizações judiciais e na organização interna para realização das abordagens da noite passada. Entretanto, acredito que a burocracia existente é um garantidor da efetividade do programa Mão Amiga. Não é fácil ter um índice de recuperação de 50% de todos aqueles que chegam para tratamento.

Por isso, esse programa não pode ser politizado, e sim pensado como uma política de Estado, sempre buscando seu aperfeiçoamento. Não é uma ação que recolhe pessoas como cachorros em uma carrocinha, e sim uma ação que dá uma oportunidade de mudança de vida. Cada história dessa noite rende um livro, mas o principal é pedir a Deus por essas pessoas recolhidas, para que tenham a consciência divina da oportunidade que receberam.

Recadinhos

  • Reprovação geral à aprovação, na terça-feira (8), do texto base na Câmara dos Deputados do projeto de lei que cria 40 cargos da polícia judicial e 160 funções comissionadas no STF.
  • Alguns comentários no post do Facebook do ClicRDC sobre a matéria acusam o STF de implantar uma “ditadura juristocrática” no Brasil.
  • Outros questionam porque aumento de cargos se aprovam tão rapidamente no Congresso Nacional, sem ouvir a opinião do povo, que é majoritária a favor do enxugamento de privilégios.
  • Alguns culpam diretamente o PT pelo ocorrido, e de fato, foi um dos partidos que fechou questão a favor da legislação.
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