
Terá início nesta quarta-feira (7), às 11h30 (horário de Brasília), o conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica. Em um ritual carregado de tradição e simbolismo, 133 cardeais com menos de 80 anos se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, onde permanecerão isolados do mundo até que um novo papa seja eleito.
O processo acontece após a morte do Papa Francisco, no mês passado. Este será o 267º pontífice da história da Igreja, que hoje conta com 1,4 bilhão de fiéis no mundo. A eleição requer que o candidato receba dois terços dos votos. No primeiro dia, está prevista apenas uma rodada de votação. A partir de amanhã, os cardeais poderão votar até quatro vezes ao dia, até que se chegue a um consenso.
O tradicional sistema de fumaça continua em vigor: fumaça preta sinaliza que não houve decisão; fumaça branca, acompanhada do toque dos sinos, anunciará que um novo papa foi escolhido.
Diversidade e desafios na escolha
Antes do início do conclave, uma missa foi celebrada na Basílica de São Pedro. O cardeal italiano Giovanni Battista Re, que não participa da votação por ter mais de 80 anos, pediu aos eleitores que pensem no bem da Igreja e da humanidade. “Unidade não significa uniformidade, mas uma comunhão firme e profunda na diversidade”, afirmou Re em seu sermão.
Esta é a maior e mais diversa eleição papal da história: 133 cardeais de 70 países. O número representa um aumento em relação aos 115 de 48 nações presentes no conclave de 2013, reflexo direto dos esforços de Francisco para ampliar o alcance da Igreja.
Apesar disso, nenhum favorito claro emergiu. Nomes como o cardeal italiano Pietro Parolin, o filipino Luis Antonio Tagle, o francês Jean-Marc Aveline, o húngaro Peter Erdo, o americano Robert Prevost e o italiano Pierbattista Pizzaballa são cogitados, mas o resultado final permanece imprevisível.
Segurança e tradição
O Vaticano implementou medidas rigorosas para garantir o sigilo do conclave, incluindo bloqueadores de sinal e proibição total de comunicação com o mundo exterior. A média de duração dos últimos conclaves é de três dias — o mais recente, em 2013, durou apenas dois.
Entre os temas centrais da escolha estão a continuidade das reformas de Francisco, a diversidade cultural da Igreja e a busca por um pontificado equilibrado entre tradição e inovação.