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Patagônia, o paraíso Sul-Americano! Parte 3: El Chaltén

Leia a coluna de Kauê Silva e Juliana Spíndula

Na semana passada falamos sobre El Calafate, uma cidade da patagônia argentina que tem atrativos para todos os gostos. E se o primeiro dia dessa série foi sobre Torres Del Paine, o paraíso para os aventureiros no Chile, hoje falaremos sobre a capital do trekking na Argentina: El Chaltén.

Onde fica

El Chaltén está localizada na Província de Santa Cruz, dentro do Parque Nacional Los Glaciares, a aproximadamente 3hs do aeroporto de El Calafate. Essa pequena cidade, atualmente com população estimada em apenas 3 mil habitantes, foi fundada em 12 de outubro de 1985, sendo assim, a cidade mais jovem da Argentina.

A história da fundação é curiosa, pois essa cidade apenas existe devido a um conflito geopolítico entre Argentina e Chile, que disputavam a demarcação da fronteira na região e, graças a isso, se fundou El Chaltén.

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A localização é tão isolada quanto bela. A Cordilheira dos Andes abraçam a cidade tendo como maior destaque o imponente, desafiador e magnífico: Monte Fitz Roy. É devido a esse Cerro que a cidade se chama El Chaltén. Antes de ser denominado Fitz Roy(em homenagem a Robert FitzRoy), a montanha era chamada de Cerro Chaltén.

Chaltén vem de uma palavra da língua aonikenk dos antigos Tehuelche que significa “montanha fumegante”, devido às nuvens que geralmente se formam em torno do pico da montanha.

Falamos anteriormente que o Monte Fitz Roy rouba a cena na região, mas você sabe porque esse Cerro foi batizado de Fitz Roy? O nome foi dado em homenagem a Robert FitzRoy, capitão do navio HMS Beagle, durante a famosa viagem de Charles Darwinum e pioneiro na área da meteorologia, que desenvolveu métodos precisos para a previsão do tempo.

Quando ir

A região onde fica El Chaltén é conhecida como “um dos piores climas do mundo”. E realmente o clima nessa região, assim como de praticamente toda Patagônia sul, é instável e implacável. Pode estar ensolarado as 5h da manhã e, até o meio dia, você ter passado pelas 4 estações. E, é claro, os ventos são impressionantes!!!

Tendo isso em mente, a melhor época para visitar a região é o verão. Não por ser seco – porque não é mesmo – mas pelos dias mais longos e baixa probabilidade de neve. Mas, obviamente, os preços sobem consideravelmente e os hotéis lotam com maior rapidez. Então programe-se com antecedência.

Outono e Primavera são baixa temporada: hospedagens mais baratas, e o frio é maior. Os dias não são tão longos, mas aquele movimento grande de turistas não acontece.

Se você pensa em ir no inverno, repense. Repensou e ainda quer ir? Repense de novo. Nevascas não são incomuns nessa época. As principais trilhas fecham e muitas hospedagens também não estão abertas.

Como chegar

Existem duas – na verdade quatro – opções para se chegar a El Chaltén: ônibus ou veículo próprio/alugado. Três empresas fazem o trajeto de ônibus diariamente: CalTur, Chaltén Travel e Taqsa. Há possibilidade de comprar as passagens pela internet e nas cidades de El Calafate e El Chaltén. Nesse momento (agosto de 2022), os preços estão na faixa dos R$150 o trecho, por pessoa.

Com relação aos veículos, na cidade de El Calafate são várias as opções de locadoras. Nós alugamos em 2018 com a Dubrovnik Rent A Car e tivemos uma experiência muito boa. Achamos a opção de alugar um veículo a melhor. Dá muita liberdade, mas é claro que vai do orçamento de cada um.

Rota partindo de El Calafate caso esteja com veículo próprio/alugado: Siga pela Ruta 11 até o trevo com a Ruta 40. Vire a esquerda e siga por 94 km até o cruzamento com a Ruta 23. Após isso é só seguir por mais 87 km até a cidade. As estradas estão em ótimo estado de conservação.

Ué, mas você não disse que eram quatro? Disse… Mas são opções para os aventureiros mesmo: bicicleta e carona!!! Sim, muitas pessoas vão até essa região de bicicleta. Mas fique atento aos ventos e também – pouco provável, mas já aconteceu – aos pumas que podem atacar ciclistas.

Muitos turistas também pedem carona nessa região. Não é incomum mochileiros na beira da estrada pedindo. Mas o problema é que você fica na dependência de conseguir a carona não é mesmo?

O que fazer

Basicamente El Chaltén é um destino para quem ama trekking, aventura e natureza. Visitar a cidade é buscar um maior contato com a natureza e se desafiar em busca de muitas das vistas mais lindas do planeta. É claro, existem pontos onde se pode chegar de carro, como:

  • MIRADOR AL CHALTÉN: primeiro mirante antes de chegar na cidade. Em dias sem muitas nuvens, se tem uma visão magnífica da cidade com o Fitz Roy ao fundo.
  • LAGUNA CONDOR e LAGO DEL DESIERTO: lagoas que se tem acesso com veículo e belas vistas.

Outras opções já necessitam de algum esforço físico:

  • CHORRILLO DEL SALTO: linda queda d’água de desgelo acessível por uma curta trilha.
  • MIRADOR DE LOS CÓNDORES: mirante acessível com uma trilha de pouco mais de 1 hora.
    Desse mirante se tem a vista mais bonita da cidade com o Fitz Roy ao fundo.

Agora as trilhas mais lindas e famosas da cidade:

  • LAGUNA DE LOS TRES: o trekking mais famoso da cidade. Ao todo são cerca de 25 km de caminhada extenuante, mas igualmente bela.
    São dois pontos de início: partindo da cidade ou da Hosteria El Pilar. Nós fizemos a segunda opção.
    As duas opções se encontram na parte final da trilha, perto do acampamento Poincenot.
    No trajeto que fizemos, são trechos intercalados de floresta e áreas abertas com subidas e descidas sem muita exigência.
    Tudo bem sinalizado e com atenção não há risco de se perder.
    O Mirador para o Glaciar Piedras Blancas é um aperitivo fantástico do que nos espera no final da trilha.
    Após o acampamento Poincenot a trilha começa a ficar mais pesada.
    São alguns quilômetros de subida extenuante com muitas pedras soltas mas que no final se tem uma das vistas mais belas da Patagônia!!!
    Dica: preparem os joelhos pois a decida não é nada fácil também.
  • LAGUNA TORRE: não fizemos ela completa pois estávamos muito doloridos mas é uma das mais belas da região. A trilha tem cerca de 20km de extensão.
    O início é na cidade e o final é na Laguna que fica a base do Cerro Torre e Glaciar Torre.
    São vários os mirantes durante a trilha.
    Assim como a trilha até a Lagunda de Los Tres, vá preparado fisicamente pois é desgastante.
  • LOMA DEL PLIEGUE TUMBADO: não tão famosa quanto as últimas duas, mas provavelmente a mais linda vista da região. Ainda não fizemos mas ficou para a próxima.
    O início é no Centro de Visitantes, mesmo início da trilha para o Mirador de Los Cóndores. Na bifurcação siga a direita.
    São 20 km no total, sendo 10 km de ida em aclive e – obviamente – os 10 km da volta em declive.
    Joelhos que aguentem.
    Dizem ser – e pelas fotos é mesmo – a mais linda vista panorâmica de toda a região. Do alto se tem a visão do Fitz Roy, Cerro Torre, Laguna Torre, Glaciar Torre…
    Dica que pegamos de outros viajantes que já foram para lá: após chegar no primeiro mirante, siga por aproximadamente 200 metros para o mirante mais ao alto e ainda mais belo.

Onde se hospedar

A cidade é pequena, mas devido ao movimento turístico e a fama, existem várias opções de hospedagem para todos os bolsos, embora com preços mais elevados em relação a El Calafate.
Desde hostels, até hotéis refinados ou experiências diferentes como a que nos hospedamos.

Ficamos no PATAGÔNIA ECO DOMES, e foi uma das experiências mais fantásticas da vida. A ideia da hospedagem é ser um Camping de Luxo onde se tem o conforto de um hotel, em um domo simulando um acampamento.

O domo tem cama extremamente confortável, calefação, banheiro privativo e uma vista deslumbrante do Fitz Roy. Ver o nascer do sol na montanha foi simplesmente inesquecível. Pena termos perdido todas as fotos da hospedagem devido a um problema no celular.

Claro que nem tudo são flores. Lembrem-se que falei que é um EXPERIÊNCIA simulando um acampamento, não é mesmo? Então, os ventos patagônicos fizeram a parte deles e simplesmente dormir na primeira noite foi quase impossível. Parecia que o domo apesar de grande – mesmo que só impressão pois é seguro – sairia voando.

O café da manhã incluído na diária era maravilhoso. Decidimos jantar no Eco Domes, pois a distância até a cidade é grande e, apesar de o custo ser razoável, a comida era deliciosa.

VALOR DA DIÁRIA para dezembro de 2022: A partir de R$ 3.100 – TODAS AS REFEIÇÕES INCLUÍDAS

DETALHE: quando fomos, havia opção com apenas o café da manhã, com preços mais baixos.

OUTRAS OPÇÕES:

  • RANCHO APARTE REFUGIO DE MONTAÑA (HOSTEL) – VALOR DA DIÁRIA (dezembro 2022): a partir de R$ 75 por cama em dormitório compartilhado
  • RANCHO GRANDE (HOTEL) – VALOR DA DIÁRIA (dezembro 2022): a partir de R$ 450
  • CHALTÉN MOUNTAIN LOFTS 1 (APARTAMENTO) – VALOR DA DIÁRIA (dezembro 2022): a partir de R$ 670
  • KAU SI AIKE (HOTEL) – VALOR DA DIÁRIA (dezembro 2022): a partir de R$ 750
  • ESTANCIA BONANZA (CHALÉS) – VALOR DA DIÁRIA (dezembro 2022): a partir de R$ 3.800

NA PRÓXIMA SEMANA, NO ÚLTIMO POST DA SÉRIE, VAMOS FALAR SOBRE DOIS DESTINOS FAMOSOS DA PATAGÔNIA ARGENTINA…
ATÉ LÁ

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