Quatro décadas! Nos últimos 40 anos, o Brasil teve nova moeda, mudou o sistema eleitoral, passou por impeachments, se despediu e viu nascer ídolos… O mundo vivenciou guerras, epidemias, evoluções tecnológicas e científicas… Mas, na vida de Raquel Alcântara Marquardt, além de tudo isso, houve uma importante descoberta: “O caminho para a felicidade”, como ela mesma diz.
Raquel encontrou no primeiro emprego a paixão por prestar serviço público de qualidade para a sociedade na qual está inserida. Há 40 anos ela é servidora do Poder Judiciário de Santa Catarina, hoje em dia atuante na comarca de Coronel Freitas, no Oeste: “Meu pai era escrivão da comarca de Xanxerê, onde nossa família mora. Ele costumava trabalhar à noite e levava as três filhas mulheres. Adorávamos! Aos 15 anos passei a ir regularmente ao fórum para auxiliar nas atividades do meu pai, mas de maneira informal. Enfim, minha vida sempre esteve atrelada ao trabalho do Poder Judiciário”.
O futuro não poderia ser outro. Aos 18 anos prestou concurso, um dos primeiros do PJSC: “Havia seis inscritos para a regional”, lembra Raquel. E no dia 30 de agosto de 1982 ela foi empossada no primeiro e único emprego.
Na comarca de Xanxerê, foram 22 anos como secretária de juiz na 1ª Vara e no cartório da unidade. Para facilitar a atuação do marido – médico veterinário de uma agroindústria –, ela e a família se mudaram para Coronel Freitas. E, no fórum do novo município, lá se vão mais 18 anos como técnica judiciária no setor de distribuição da comarca.
De acordo com Raquel, a vontade era escrever um livro de tanta história e relatos que tem para contar. A ideia não foi concretizada, mas também não foi descartada: “Quem sabe, um dia!”. Com carinho, lembra de todos os magistrados com quem trabalhou, especialmente o desembargador Altamiro Trajano, já falecido, que foi seu primeiro “chefe”.
As condições necessárias para aposentadoria a servidora já atingiu há sete anos, mas ela não se diz preparada para deixar o trabalho: “Comento sempre com meus colegas que gosto tanto de trabalhar nesta comarca que não quero me aposentar. Acredito que no ano que vem isso possa acontecer. Tenho planos de me dedicar ao artesanato, que é outra paixão, e quero passar mais tempo com minha mãe, que ainda mora em Xanxerê”, vislumbra Raquel, que não esconde o amor ao serviço prestado pelo Poder Judiciário, como demonstra a carta a seguir, enviada para a Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) recentemente: