Em 2024, Chapecó comemora os 20 anos do Acampamento Farroupilha, um evento que se consolidou como um dos maiores e mais tradicionais do Sul do Brasil. O Acampamento começou de forma modesta, em um terreno baldio onde hoje está localizado o Banco do Brasil, mas logo cresceu em relevância e importância cultural, encontrando um espaço definitivo no Parque Farroupilha. Esse local, construído com o apoio de lideranças e a cessão de terrenos pela prefeitura, tornou-se o palco ideal para manter viva a chama da tradição gaúcha na cidade.
A programação artística e cultural do 20º Acampamento Farroupilha promete atrair milhares de visitantes, com mais de 120 atrações confirmadas. Entre os destaques estão shows de renomados artistas da música gaúcha, como Os Serranos, Família Guedes, Chiquito e Bordoneio, e Os Monarcas. Além dos shows, o evento contará com apresentações diárias de Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) locais, declamações de poesias tradicionais, danças típicas e a terceira edição do concurso “Melhor Churrasqueiro do Oeste”, que celebra a habilidade no preparo de um dos símbolos da culinária gaúcha. O evento também terá um forte componente educacional, com palestras voltadas para as escolas da região, reforçando a conexão das novas gerações com a história e a cultura gaúcha.
Um dos principais nomes por trás do sucesso do Acampamento Farroupilha em Chapecó é Dr. Silvio Zmijevski, que está envolvido desde a primeira edição do evento. Sua trajetória se confunde com a do acampamento, e ele foi um dos fundadores da Associação Cultural Parque Farroupilha, que garantiu o espaço permanente para a realização das festividades. Além de seu envolvimento com a organização do evento, Dr. Silvio também desempenhou papel fundamental no fortalecimento dos CTGs, sendo uma das figuras mais respeitadas do tradicionalismo em Chapecó.
A Chama Crioula, símbolo de resistência e continuidade das tradições gaúchas, desempenha um papel central nas celebrações. Desde 2015, cavaleiros de Chapecó viajam até diferentes regiões do Rio Grande do Sul para buscar a chama e trazê-la para o Acampamento Farroupilha. Esse ritual, que começou em Passo Fundo (RS), passou a ser uma tradição essencial para o evento, representando o elo entre o passado e o presente, e conectando a comunidade chapecoense às suas raízes gaúchas.
Outro ponto importante no cenário cultural gaúcho de Chapecó é o Bolicho do Gaudério. Fundado por Nédio Vani em 1985, o bolicho se tornou um ponto de referência para o tradicionalismo na cidade. Mais do que uma loja de artigos gaúchos, o Bolicho do Gaudério se destacou por promover eventos culturais, trazendo artistas nativistas para a cidade e organizando cavalgadas e festivais de música. Mesmo após o falecimento de Nédio, sua família continua a tradição, mantendo o espaço como um centro de preservação da cultura gaúcha.
As cavalgadas da Chama Crioula, que ocorrem há mais de 10 anos, são outro marco significativo do Acampamento Farroupilha. Cada jornada representa mais do que apenas o transporte da chama; é uma celebração da união e da força das tradições gaúchas. Esses eventos conectam gerações, reforçando o comprometimento dos cavaleiros e da comunidade com a preservação dos valores e da cultura farroupilha.
Ao completar duas décadas, o Acampamento Farroupilha de Chapecó se consagra como um evento de grande importância cultural, não apenas para a cidade, mas para toda a região. Ele celebra a identidade gaúcha com vigor, atraindo milhares de visitantes e fortalecendo os laços entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O legado construído ao longo desses 20 anos é uma prova da força das tradições e do espírito de união que define o tradicionalismo gaúcho.
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