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Clientelismo Político

Leia a coluna de Írio Grolli

Irio Grolli

Uma grande marca na sociedade brasileira é a pobreza e a extrema pobreza. Segundo dados mais recentes do IBGE, o país possui 13,5 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, somados aos que estão na linha da pobreza, chegando a 25% da população brasileira. Portanto, um quarto da população brasileira, 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza e extrema pobreza.

O carro-chefe das políticas públicas de combate à pobreza é o assistencialismo criado no ano de 2003. Como a pobreza representa uma parcela significativa do eleitorado brasileiro, ela é capaz de decidir uma eleição.

A questão é se políticos ou partidos que implementaram esses programas receberam algum tipo de “recompensa” eleitoral. Parece-nos que os programas de transferência de renda têm importância evidente no voto dos eleitores beneficiados. Seria uma espécie de “compra” de votos de eleitores pobres. A hipótese sustenta que quanto maior a dependência do programa Bolsa Família, maior é a quantidade de votos auferidos pelo candidato da esquerda.

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Trago como exemplo o Estado do Maranhão, que possui mais de 1,2 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família. Não é por acaso que o candidato petista obteve 2.668.245 votos válidos no Estado, representando 71,14% dos votos no Maranhão durante o segundo turno das eleições no Brasil. Já no Estado de Santa Catarina, por exemplo, apenas 238,28 mil famílias recebem Bolsa Família.
O resultado das eleições: Jair Bolsonaro recebeu 3.047.630 votos, com 69,27%. Já o candidato Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 1.351.918 votos, ficando em segundo lugar no Estado com 30,73%.

Assim, sem sobra de dúvidas, pode-se afirmar que a política no Brasil baseia-se fundamentalmente na troca de benefícios sociais por votos que legitima os mandatários. O clientelismo político transforma o voto em meio de pagamento.

Atualmente, 21,45 milhões de famílias de todos os 5.570 municípios brasileiros estão recebendo o Bolsa Família. Em razão disso, pode-se afirmar que o lado para o qual pender este contingente de pessoas decide a eleição.

A história tem demonstrado que a miséria e a fome não são removidas com assistencialismo. O assistencialismo acaba promovendo e aumentando a pobreza que intencionou aniquilar. E esse é o grande perigo da democracia assistencialista, pois transforma o pobre em “coitado” de plantão e em voto cativo pela sua condição de dependência. Cito como exemplo o caso da Venezuela e Argentina, onde o assistencialismo faliu o Estado. Não há mais recursos para a saúde, educação e infraestrutura, além de uma enorme dívida externa. Se um governo quer realmente resolver o problema da pobreza, ele precisa fomentar o desenvolvimento com uma economia crescente.

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