A rede social X (antigo Twitter) anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil, o que gerou uma série de críticas da oposição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O vice-líder da oposição na Câmara, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), acusou Moraes de “abuso de autoridade” e afirmou que o ministro “tem agido nas sombras, com decisões secretas”.
O anúncio do X veio após decisões de Moraes ordenando o bloqueio de perfis na plataforma e sugerindo a possibilidade de prisão da representante da empresa no país. Apesar do fechamento do escritório, a rede social seguirá disponível para os usuários brasileiros.
Em uma publicação no próprio X, Van Hattem também criticou a falta de ação do Senado sobre o caso.
Críticas ampliadas
A deputada Carol de Toni (PL-SC), também vice-líder da oposição, afirmou que o Brasil “está cada vez mais distante da liberdade e da democracia”. Segundo ela, a decisão judicial que o X divulgou demonstra que os tribunais “perseguem pessoas e promovem a censura”. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi mais longe, comparando a situação do Brasil à da Venezuela, alertando para possíveis consequências severas para o país.
Resposta do governo
Em contraponto, o Secretário Nacional de Políticas Digitais, João Brant, criticou a postura do X, afirmando que a empresa estava “ignorando ordens judiciais e evitando intimações”. Brant classificou a atitude como “patética” e acusou a empresa de tentar jogar a responsabilidade no STF por uma decisão com motivações comerciais. Ele afirmou ainda que os funcionários da empresa no Brasil não correriam risco algum caso recebessem as intimações adequadamente.
Ordem judicial e reação de Elon Musk
No início da semana, o X divulgou um documento de Moraes ordenando o bloqueio de contas de perfis bolsonaristas, estipulando uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Em resposta, o dono da plataforma, Elon Musk, criticou a ordem, alegando que as “exigências de censura” colocavam a empresa em uma posição de violar a lei brasileira.
A reação de Musk veio após reportagens sugerirem que Moraes estaria utilizando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar figuras bolsonaristas. O episódio intensificou articulações dentro da oposição para pedir o impeachment do ministro.
O STF, procurado para comentar o caso, informou que não fará declarações sobre o assunto.