
A política brasileira nunca deixa de surpreender. Nos bastidores de Brasília e nos terminais do mercado financeiro, um novo nome circula com intensidade: Tarcísio de Freitas, ao lado de Michelle Bolsonaro. A chapa, que até pouco tempo era apenas especulação, começa a ganhar contornos reais — e com ela, o mercado volta a enxergar uma rota de racionalidade e previsibilidade para 2026.
Segundo a revista Veja, emissários do ex-presidente Jair Bolsonaro teriam levado um recado claro: ele está disposto a apoiar a candidatura presidencial de Tarcísio, atual governador de São Paulo, tendo Michelle como vice. O gesto não é pequeno. Vindo de Bolsonaro, sinaliza muito mais que um recuo estratégico — é, na prática, a tentativa de salvar seu legado político e garantir proteção jurídica num contexto de risco real de prisão.
O encontro reservado entre um assessor político de Bolsonaro e dois ministros do STF no último domingo jogou luz sobre o plano. O tema principal era a Lei da Anistia e os desdobramentos jurídicos que rondam o ex-presidente. Mas o que realmente chamou atenção foi o que veio depois: a sinalização de uma nova composição eleitoral com potencial de unir a direita raiz e o centro liberal.
E o mercado, que muitas vezes parece alheio à política, captou a mensagem com entusiasmo. Uma eventual candidatura com Tarcísio na cabeça e Michelle como símbolo do bolsonarismo puro sangue representa uma fusão improvável — e poderosa — de popularidade e credibilidade econômica. De um lado, Michelle fala diretamente com evangélicos, mulheres conservadoras e o eleitor fiel a Bolsonaro. De outro, Tarcísio acalma os investidores, os empresários e o centro político que ainda busca uma âncora de estabilidade para o país.
Não é à toa que gestores, analistas e operadores começam a falar com otimismo sobre a possibilidade de uma virada no humor do mercado. Uma chapa assim teria grande potencial de vitória. E uma eventual vitória, neste caso, poderia significar valorização imediata dos ativos brasileiros: dólar em queda, juros recuando, e uma Bolsa com espaço para destravar bilhões em valor reprimido.
As empresas brasileiras listadas na B3 estão baratas — e não é por falta de fundamentos. É a incerteza política que pesa. Com uma chapa que combina apoio popular e institucional, há espaço real para projetos estruturantes: reformas, privatizações e atração de capital estrangeiro em larga escala.
Mais do que isso, um governo Tarcísio–Michelle com respaldo de Bolsonaro pode significar governabilidade no Congresso e no Senado. E isso, num país onde a paralisia legislativa é regra, vale ouro.
Bolsonaro, ao apoiar de fora, ganha tempo e reduz seus riscos pessoais. Tarcísio assume o protagonismo executivo. Michelle garante a conexão emocional com a base. E o país, talvez, reencontre uma narrativa de crescimento com responsabilidade.
Claro, tudo isso ainda está no campo da possibilidade. Mas em política — e no mercado — o que começa como sinal, rapidamente vira tendência.
Se essa chapa for formalizada, prepare-se: 2026 poderá ser o ano em que o Brasil volta ao radar dos grandes investidores internacionais. E isso, por si só, já seria um fato político e econômico de enorme relevância.