quinta-feira, outubro 16, 2025
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O governo mais paralisado desde 1988 e o Congresso que não confia

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Parece inacreditável, mas é real: desde 1988, o Brasil não vivia um governo tão paralisado no Congresso. E não é apenas uma questão de números — é de liderança, confiança e direção. O atual governo transformou o diálogo político em um balcão de trocas, e o resultado é o que estamos vendo: o país travado, a economia andando de lado e a sociedade perdendo a paciência.

Há quem diga que a culpa é do Congresso. É fácil jogar a responsabilidade em deputados e senadores que, em tese, “não deixam o país avançar”. Mas o problema é mais profundo. A política brasileira funciona à base de articulação, de propósito, de rumo. E o que falta neste governo é exatamente isso: rumo.

Um governo que não lidera

O Executivo virou refém de sua própria inércia. O presidente e seus ministros parecem incapazes de formar uma base sólida. Em vez de convencer, o governo tenta comprar apoio com emendas e cargos — e mesmo assim não consegue aprovar suas pautas prioritárias. O fracasso na articulação política é gritante.

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Não há narrativa mobilizadora, nem agenda de futuro. O governo tenta reviver velhos discursos de “defesa da democracia” e “combate à fome”, enquanto o país real pede crescimento, segurança e produtividade. A classe média se sente abandonada, o setor produtivo desmotivado, e o investidor estrangeiro confuso.

O Congresso aprendeu a dizer não

O Congresso, que já foi coadjuvante, hoje é protagonista. Deputados e senadores perceberam que o Executivo perdeu força — e estão usando isso ao máximo. Em vez de aprovar medidas impopulares, preferem travar as pautas e negociar cada voto.

Isso é ruim para o país? Sim. Mas também é sintoma de algo maior: o fim da autoridade política de um governo que não inspira respeito. Quando o presidente perde o poder de convencimento, o sistema entra em modo de autodefesa. E o resultado é a paralisia.

O país sem norte

Enquanto Brasília briga, o Brasil espera. A inflação dá sinais de retorno, o desemprego volta a subir, e o câmbio reflete a desconfiança dos investidores. A reforma tributária — que poderia simplificar a vida de quem produz — virou uma colcha de retalhos. A promessa de crescimento sustentável virou discurso vazio.

E enquanto isso, o governo insiste em falar de “heranças do passado” e “narrativas de ódio”. Ora, já se passaram quase dois anos de mandato. O tempo das desculpas acabou. O país precisa de resultados, não de retórica.

O futuro exige coragem

A verdade é que o Brasil não aguenta mais governos que vivem de marketing. Precisamos de liderança, não de slogans. De reformas reais, não de discursos ideológicos.

Um governo que não articula, não ouve e não entrega perde legitimidade — e, no fim, a conta sempre sobra para o povo.

O Congresso aprendeu a resistir. Agora falta o governo aprender a governar.

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